Com a ampliação de gastos para o combate à pandemia do novo coronavírus e de medidas de estímulos, mas com a redução do retorno em tributos por causa da paralisia das atividades econômicas, o Estado deve fechar o ano com contas em déficit. Essa é a análise do diretor da Associação dos Auditores Fiscais da Receita Estadual e dos Fiscais do Tesouro Estadual do Estado do Ceará (Auditece) e diretor de Estudos Tributários da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite), Juracy Soares.
Ele destaca que, fatalmente, o ano de 2020 está "perdido" para as contas e é necessário que as fazendas estaduais promovam soluções criativas para este momento. A ideia principal é aumentar arrecadação sem aumentar os impostos.
A Auditece entregou nesta semana ao governador Camilo Santana (PT) um conjunto de 20 medidas fiscais. Entre elas, a atualização de cadastros de emissores de comprovantes de cartões de crédito ou débito junto ao Fisco que evite a subtributação de comerciantes que não emitem nota fiscal. Na opinião de Juracy, a crise acabou evidenciando os principais problemas tributários brasileiros.
"O Brasil vai modernizar o sistema tributário, por meio da reforma, ainda devendo à sociedade uma solução quanto à regressividade, pois ainda vai cobrar mais impostos dos mais pobres e menos dos mais ricos". Ainda lembra que a reforma brasileira ainda é defasada das novas discussões tributárias nos países desenvolvidos. (Samuel Pimentel)