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O consumo a conta-gotas na retomada da economia
Reportagem

O consumo a conta-gotas na retomada da economia

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O COMÉRCIO é um dos pilares da economia do Estado (Foto: Aurelio Alves/O POVO)
Foto: Aurelio Alves/O POVO O COMÉRCIO é um dos pilares da economia do Estado

O Comércio, um dos pilares da economia cearense, também demanda atenção. Um estudo da IPC Maps 2020, especializada no cálculo de índices de potencial de consumo, aponta que o consumo das famílias vai retroceder aos patamares de 2010 e 2012, descartando a inflação e levando em conta apenas os acréscimos ano a ano. Para o Ceará, a projeção é de uma movimentação no comércio de cerca de R$ 135,5 bilhões. Volume 2,05% menor do que em 2019 (R$ 136,3 bilhões). No Brasil, o recuo previsto é superior a 5,3%.

Tão preocupante quanto a queda do volume em si é a quantidade de empresas que devem ficar pelo meio do caminho, diz Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora. No levantamento feito por eles, com base em dados do Ministério da Economia, Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e Receita Federal, o Ceará perdeu quase 100 mil empresas no último ano (-14%). Destas, a maior parte foi no Comércio. "Esse ritmo acentuado é preocupante, porque significa menos empregos, proprietários sem renda, e o consumo é o que faz girar a economia".

Até pela incerteza em relação ao controle da disseminação do vírus, ainda levará um tempo para que o consumo volte de forma mais efetiva. Para ele, se não houver uma política efetiva de socorro a essas empresas é possível que este movimento de fechamento se agrave nos próximos anos. "A situação das contas públicas é realmente complicada, mas ao mesmo tempo temos uma carga tributária muito alta que dificulta a operação. Na crise de 2008, foram criados alguns incentivos, como a redução do IPI, não estou dizendo que esta é a solução, mas é preciso encontrar formas de incentivar o consumo".

O presidente da Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL - CE), Freitas Cordeiro, diz que o pacote de medidas tributárias lançado pelo Governo do Estado, como a possibilidade de refinanciamento tributário (Refis), surpreendeu o setor e deve ajudar a dar um fôlego a mais para atravessar esse período de maior turbulência.

"É benéfica porque as empresas são estimuladas a quitar seus débitos, fazer parcelamento e conseguir a certidão negativa, que é fundamental para conseguir um empréstimo. Para o Estado também é bom porque aumenta a arrecadação". Mas reforça que é fundamental que as políticas de acesso ao crédito também sejam revistas. Freitas também prevê uma intensa evolução tecnológica do setor.

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