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CoronaVac, a "vacina chinesa"
Reportagem

CoronaVac, a "vacina chinesa"

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Vacina a partir de pesquisa da China com parceria com o Instituto Butantan (Foto: Davi Pina Barros / Divulgação)
Foto: Davi Pina Barros / Divulgação Vacina a partir de pesquisa da China com parceria com o Instituto Butantan

Foram iniciados os testes de vacina contra a Covid-19 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, estudo que está sendo conduzido no Brasil pelo Instituto Butantan, principal produtor de soros e vacinas do País, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science. Ao mesmo tempo, a Anvisa aprovou mais um ensaio clínico para verificar a eficácia de duas vacinas contra o novo coronavírus: a BNT162b1 e a BNT162b2, desenvolvidas pelas empresas BioNTech e Pfizer, que serão testadas dentro de um mesmo estudo.

O acordo entre o governo de São Paulo e a empresa chinesa prevê testagem em cerca de nove mil profissionais da saúde em cinco estados e fornecimento de doses até junho de 2021. Se a vacina for aprovada, a empresa e o Butantan vão firmar acordo de transferência de tecnologia para produção em escala industrial no ano que vem e fornecimento de mais de 120 milhões de doses (suficiente para vacinar cerca de 60 milhões de brasileiros) por meio do SUS. O estudo conduzido no Brasil está na fase 3.

"Antes de tudo, é preciso esclarecer que as vacinas (tanto a chinesa quanto a de Oxford) estão em testes, não há certeza se elas vão funcionar. A taxa de sucesso de uma vacina que entra na fase 3, que é a de testes clínicos, é de 10%, ou seja, uma a cada dez testadas em seres humanos funciona. É a fase mais difícil e complexa de um desenvolvimento vacinal. As pessoas estão falando que já há vacina mas não é isso", alerta Flávio da Fonseca, virologista e pesquisador do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "Caso dê tudo certa, as vacinas só devem chegar aos brasileiros na metade de 2021 ou em 2022, porque nenhum laboratório do mundo tem capacidade de produzir tantas doses para uma demanda tão grande", completa.

Para Marcelo Gurgel, professor titular de Saúde Pública e membro do Grupo de Trabalho de Enfrentamento à Covid-19 da Universidade Estadual do Ceará (Uece), mesmo as vacinas que estão em fase mais avançadas podem não ter uma imunidade classificada como duradoura. (Flávia Oliveira)

 

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