A situação da pandemia do novo coronavírus no Brasil até a noite de ontem, segundo os dados do Ministério da Saúde, apontava que os casos estão em ascensão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Em estabilidade, ou seja, com número de mortes sem aumentar nem diminuir significativamente estão Paraná, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Amapá, Bahia, Paraíba, Piauí e Sergipe, ao passo que em queda estão Mato Grosso, Acre, Amazonas, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Pará e o Ceará.
"A pandemia não está mais concentrada no Norte e Nordeste e sim, no Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Quem vê de fora pode até achar o Brasil como um todo ainda está em epidemia mas quem está em Fortaleza sabe que nossa situação está muito mais confortável hoje do que em abril e maio", destaca Luciano Pamplona, biólogo, epidemiologista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Sobre a redução no Ceará, o pesquisador afirma que o movimento já era esperado. "A Covid-19 é uma doença respiratória e como todas as gripes normais, ela tem uma sazonalidade. Há dois meses, eu já falava que os casos do Norte e Nordeste iriam reduzir e os do Centro-Oeste, Sudeste e Sul iriam aumentar em julho (período de inverno). Essa é a sazonalidade da gripe, que tem a mesma forma de transmissão. Ou seja, no nosso cenário, a gente sempre começa as doenças respiratórias antes porque nosso período de chuva é no começo do ano e as pessoas ficam mais aglomeradas", explica.