O ministro das Comunicações no Brasil, Fábio Faria, tem dito que a decisão sobre a participação da Huawei no leilão do 5G no Brasil ficará para 2021, para quando está previsto o certame. Mais do que questões técnicas, há o impasse do Brasil entre as duas maiores potências mundiais. Mas, na avaliação dos especialistas, esta indefinição pode gerar repercussões importantes também em outras áreas da economia.

"Não é só sobre a Huawei ou 5G, está muito relacionada com esta disputa travada entre China e EUA. E a decisão do presidente Jair Bolsonaro, seja qual for, trará repercussões. Não tenho dúvidas que não só os Estados Unidos, como a China poderão impor sanções, como diminuir o volume de importações de produtos brasileiros ou aumento de preços", explica o engenheiro de Telecomunicações e pesquisador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, Julian Alexienco.

O economista, Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SP), afirma que não há razões técnicas para postergação do certame. "O leilão já devia ter ocorrido primeiro semestre, depois foi sinalizado para o ano que vem. É evidente que se está aguardando o resultado das eleições norte-americanas, mas isso também não é conveniente para o Brasil, porque vamos adiar todo o ciclo do início do 5G e nada garante que uma eventual vitória dos democratas significaria menos pressão. Não, será apenas uma questão de forma, mudança de discurso, mas a pressão é a mesma".