Logo O POVO+
"Ataques coincidem com aproximação do centrão"
Reportagem

"Ataques coincidem com aproximação do centrão"

Pesquisador. Lava Jato
Edição Impressa
Tipo Notícia

Cientista político e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Emanuel Freitas avalia que os ataques desferidos pelo procurador-geral da República Augusto Aras contra a Lava Jato "coincidem com o momento em que o 'centrão' se aproxima do governo, e o centrão é permeado por investigados na Lava Jato".

Partidos como o PP de Ciro Nogueira, com quem Jair Bolsonaro esteve na última semana ao visitar o Piauí, estão no topo da lista de investigados pela força-tarefa de Curitiba. Outros alvos são filiados ao DEM, como o presidente da Câmara Rodrigo Maia (RJ).

"Centrão e Lava Jato não podem viver no mesmo lugar ao mesmo tempo", avalia Freitas. "Moro sai, centrão se aproxima. Nesse sentido, temos de compreender esse primeiro movimento."

O pesquisador se refere à saída do ex-ministro Sergio Moro da pasta da Justiça, a qual se seguiu uma convergência entre Bolsonaro e legendas do centrão.

Cortejado pelo presidente com possível vaga no Supremo, Aras tem intensificado a pressão sobre a Lava Jato, defende o professor, para cumprir dois objetivos: esvaziar a operação, protegendo deputados; e desidratar Moro.

Professora de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), Cynara Monteiro Mariano concorda: as investidas de Aras parecem ter natureza mais política que jurídica.

"Eu tendo a pensar que é uma ofensiva abusiva, no sentido de controle das informações e do que pode ser feito com o resultado dos dados", explica. "Não me parece que é colocar a Lava Jato nos trilhos, é mais uma questão política mesmo, para evitar repercussões contra pessoas e sobre seus atos praticados". (Henrique Araújo)

 

O que você achou desse conteúdo?