A psicóloga Karine Menezes, 25, foi vítima de uma fraude na qual teve os dados pessoais utilizados de forma indevida, em julho último. Em posse de informações como nome, profissão, postagens nas redes sociais e contatos de familiares e amigos, o golpista acionou sua mãe, por meio do WhatsApp, para pedir uma transferência bancária.
"Nos primeiros minutos, o usuário enviou a foto de uma publicação que eu havia feito em meu perfil profissional do Instagram. Minha mãe, todavia, não entendeu do que se tratava e questionou. Foi quando ele se identificou como Karine", relata. Logo depois de se apresentar, pediu dinheiro emprestado, prometendo pagar no dia seguinte.
Quando sua mãe, Márcia Machado, foi verificar, observou que a pessoa do outro lado utilizava a mesma foto que a filha no aplicativo de mensagens, nome e até o registro no Conselho Regional de Psicologia (CRP). Passando-se por Karine, ele afirmou que tentou realizar um pagamento, mas não conseguiu e precisava pagar um fornecedor. "Tem como você fazer esse pagamento para mim? Amanhã devolvo o mesmo valor", escreveu o golpista.
Mãe e filha estavam em casa no momento da tentativa, separadas apenas por um cômodo, o que facilitou evitar o prejuízo financeiro. Karine buscou um advogado da família para saber como proceder e registrou um boletim de ocorrência. "Imaginamos que tivesse sido uma clonagem de telefone ou do aplicativo, mas o advogado identificou que o número não era o mesmo que o meu". lembra. Ela acrescenta que o atacante criou uma conta a partir das informações do perfis profissionais de ambas. O caso foi enquadrado como estelionato.
Por precaução, a psicóloga precisou remarcar as sessões de terapia online agendadas para aquela tarde, cancelar os pagamentos e recebimentos de transferências e enviar áudios com orientações para que as pessoas pudessem reconhecê-la pela voz.
"Não desejo a nenhum profissional autônomo, que, por muitas vezes se utilizam das redes sociais para divulgação do seu trabalho, precisando colocar sua identificação e marca profissional", lamenta. Karine acrescenta que já era atenta aos cuidados com a segurança da informação e passou a reforçá-los.
"Porém, acredito que há pouca segurança nas plataformas. Muitos profissionais já migraram seus negócios para abranger seus alcances via redes sociais, contudo, estão sujeitos a isso. Ao que parece, a rede não estabelece nenhum controle sobre isso", diz.