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Mulheres exigem mudanças nos partidos para "acolhimento" de candidatas
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Mulheres exigem mudanças nos partidos para "acolhimento" de candidatas

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FORTALEZA, CE, 09-02-2015: Deputada Doutora Silvana, indicada para presidir a Comissão de Direitos Humanos em seu gabinete na Assembléia Legislativa.  (Foto: Camila de Almeida/O POVO) (Foto: Camila de Almeida)
Foto: Camila de Almeida FORTALEZA, CE, 09-02-2015: Deputada Doutora Silvana, indicada para presidir a Comissão de Direitos Humanos em seu gabinete na Assembléia Legislativa. (Foto: Camila de Almeida/O POVO)

Da esquerda à direita, parlamentares mulheres têm uma queixa: a falta de suporte dos partidos e de uma estrutura que se volte igualitariamente para candidaturas femininas e masculinas.

Deputada estadual pelo PL e presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, Silvana Oliveira afirma que as legendas "até permitem participação de mulheres, mas são muito dominadas por homens".

Segundo ela, "atrair mais mulheres é patrocinar de forma prioritária" e "não apenas colocar um bocado de mulher, mas deixar as prefeituras no colo dos homens".

Silvana acrescenta: "Precisamos ter armas para nos igualar aos homens. Uma mulher tem que ter um comitê e condição de levar uma campanha para rua. E a sociedade tem que abraçar a candidatura feminina dando vez para ela".

Em seguida, defendeu a presença das colegas deputadas nos espaços da AL-CE. "Cadê as mulheres vice-líderes na mesa da AL? Tem alguma? Não tem", concluiu.

No exercício do primeiro mandato de deputada estadual, Erika Amorim (PSD) enxerga melhorias, mas o rateio de recursos ainda é um problema.

"Muitas mulheres participam, mas, na hora da efetivação, ainda se sentem pouco apoiadas, temem o receio de o apoio não se concretizar. A gente percebe quando se trata do financeiro da campanha", aponta.

Segundo a pessedista, que preside a seção dedicada às mulheres na sua sigla, "candidatas têm receio de se envolverem e ficarem sós depois" porque "acham que o partido acaba investindo mais nas candidaturas dos homens".

Vereadora e pré-candidata à Prefeitura de Caucaia, a tucana Emília Pessoa endossa as avaliações das companheiras de atividade legislativa. "Aqui no município, somos 23 vereadores e apenas seis mulheres, um percentual pequeno para a representatividade da mulher", sublinha.

Secretária-executiva de Política sobre Drogas e ex-deputada por quatro mandatos, Rachel Marques (PT) indica que "as mulheres têm muitas dificuldades de se viabilizar como candidatas" e propõe uma cota de assentos no parlamento.

"Se somos 50% da população, deveríamos ter 50% das vagas. Para avançar mais, teríamos que reservar vagas em cima das cadeiras. Por exemplo, 30% do parlamento seria de mulheres", sugere. 

 

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