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"Não estou imune ao machismo", afirma deputada Augusta Brito
Reportagem

"Não estou imune ao machismo", afirma deputada Augusta Brito

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Augusta Brito, deputada estadual e suplente de senadora eleita pelo PT  (Foto: Sandro Valentim/O POVO)
Foto: Sandro Valentim/O POVO Augusta Brito, deputada estadual e suplente de senadora eleita pelo PT

O ineditismo é motivo de orgulho, mas também de vergonha. Pela primeira vez, uma mulher exerce a liderança do Governo do Estado na Assembleia Legislativa do Ceará.

À frente da função, que articula pautas do Executivo na Casa, a deputada Augusta Brito (PCdoB) fala sobre as dificuldades na lida parlamentar.

"Não estou imune à estrutura machista", diz. "Sempre tem a desconfiança sobre nosso trabalho. Tenho que trabalhar muito mais para conquistar o mesmo espaço que os homens."

A líder afirma ainda que "é difícil acabar com essa barreira que foi imposta entre as mulheres e a política, mas precisamos ser persistentes e não nos deixar abater pelos julgamentos".

Ao lado da colega comunista, a conservadora Silvana Oliveira (PL) é uma das seis deputadas mulheres na Casa. Quando o assunto é a defesa da participação feminina no espaço legislativo, não há divergência entre elas.

"Comemoro a chegada da Augusta à liderança, apesar de termos muitas pautas opostas", considera. E enfatiza: "É a primeira vez na história da AL que uma mulher assume a liderança do Governo. É um cargo importante, e todas as vezes tivemos mulheres no parlamento".

Questionada sobre machismo no exercício do mandato, Silvana relembra episódio da legislatura passada. "Tive que ser defendida por outro deputado para que pudesse falar numa reunião, porque era interrompida a todo momento. Gente, é machismo", constata. 

 

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