Após dias sem ir à AL-CE, Bruno Gonçalves (PL) foi ontem ao plenário para a votar pela punição a André Fernandes. Ele se defendeu pela primeira vez do vazamento de uma conversa onde supostamente tenta negociar compra de apoio para a reeleição de sua mãe, a vereadora de Fortaleza Marta Gonçalves, e para a base do prefeito Roberto Cláudio (PDT).
"Na minha visão, tudo que tinha ali não tem nada de irregularidade, inclusive já prestei esclarecimentos ao Ministério Público Eleitoral e tudo foi esclarecido. Só não darei detalhes para não atrapalhar o sigilo da investigação", disse. Indagado, o deputado reconheceu ainda a veracidade de "alguns trechos" do áudio.
Na conversa vazada, ele oferece valores entre R$ 150 mil e R$ 250 mil para que o suplente de vereador Maninho Palhano se filie ao PL e apoie candidatura de Marta Gonçalves em Fortaleza. O Pros, partido de Maninho, acionou o Conselho de Ética e o MP abriu procedimento para apurar o caso.
"Em tratativa política como aquela se fala muitas inverdades, se cria um cenário diferenciado, um cenário muito bonito que na verdade não acontece. E todos os valores que foram tratados naquela negociação estão na lei, estão dentro do limite do Fundo Eleitoral. E a gente tava falando de Fundo Eleitoral, dentro do que a lei permite", justificou.
Gonçalves também negou qualquer relação do caso com Roberto Cláudio, que é citado na conversa diversas vezes. "Quando eu digo o nome dele, foi para me credibilizar ali na tratativa", assumiu.
O parlamentar justificou que as ausências em sessões recentes da AL-CE se deram em razão de ser pré-candidato à Prefeitura de Aquiraz. "E a pré-campanha está sendo muito puxada". Ou seja, admite que está faltando o trabalho para investir na própria candidatura. (colaborou Carlos Mazza)