Faz cerca de três décadas que Antônio Andrade Alves, 71, parou de fumar. Foram as recomendações médicas — à época de uma cirurgia por conta de uma hérnia umbilical — que o fizeram optar por essa mudança. "Eu tinha um resto de cigarro no bolso, dei para um colega que trabalhava comigo, e ele riu muito", conta.
Decisão tomada, ele conseguiu resistir quando sentiu vontade. "Graças a Deus, nunca mais na minha vida eu cheguei perto de cigarro." Mas não foi na primeira tentativa que Andrade teve êxito. Certa vez, ele relata que conseguiu ficar 19 dias sem fumar, mas depois recomeçou.
Nem a morte do próprio pai, em decorrência de um câncer no pulmão por conta do mesmo vício, o fez largar o cigarro, que já tinha trazido prejuízos para a saúde. "O primeiro foi na garganta. Tive que operar, e mesmo assim não deixei de fumar." Aos 20 anos de idade, ele diz não ter se preocupado com as consequências que poderiam surgir.
Hoje aposentado, Antônio Andrade lembra que começou a fumar ainda na adolescência, aos "13 ou 14 anos". A primeira vez que experimentou foi com amigos, que também começaram a ingerir bebida alcóolica cedo. "Com a bebida é que o cigarro vem para valer."
Os benefícios da mudança de hábito não foram imediatos. Seis anos depois que o aposentado já tinha parado de fumar, ele ainda ouviu de um médico que as sequelas do cigarro ainda estavam presentes.