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Epidemiologista acredita em estádios com público a partir do fim de outubro
Reportagem

Epidemiologista acredita em estádios com público a partir do fim de outubro

Luciano Pamplona alerta, porém, que cenário precisa de estabilidade para avançar
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Arena Castelão recebe jogos de portões fechados atualmente
 (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Arena Castelão recebe jogos de portões fechados atualmente

No Ceará, a taxa de transmissão do novo coronavírus tem diminuído conforme as semanas vão passando, desde o início da queda nos números de casos diários. Com o tempo, setores da economia foram sendo reabertos. O futebol teve sua retomada em julho, ainda sem público. Há, porém, nos bastidores uma articulação para ter a presença de pessoas na Arena Castelão para outubro.

Para o biólogo epidemiologista Luciano Pamplona, é impensável o retorno de público neste momento. Ele alerta, porén, que vê viabilidade na retomada da torcida a partir do fim de outubro. "O prejuízo de arrecadação não justifica o risco de aglomerar pessoas agora. Quando se fala em outubro, porém, é possível pensar lá. Acho que se a transmissão (do novo coronavírus) continuar caindo, é possível que no final de outubro ou em novembro tenhamos torcida no Castelão, mas com limite de pessoas e com um ambiente bem controlado", explica o professor na Universidade Federal do Ceará (UFC).

Luciano pontua ainda que avanço como esse seria desafio para as autoridades e também para os clubes, visto que depende da responsabilidade do torcedor que o retorno do público dos estádios represente baixo risco de transmissão da Covid-19.

"Pior do que abrir os estádios é saber quem vai entrar. No caso do futebol, a gente pode ver a porcentagem, que pode ser menor que 35% (da capacidade do estádio). É um desafio porque o torcedor vai ter que ficar separado, e sabemos que na hora da emoção do jogo há a possibilidade de ter aglomerações", alerta o especialista.

O epidemiologista tem experiência em estádios também, visto que é sócio-torcedor do Fortaleza e frequenta jogos do Leão do Pici. A convivência ajuda a enxergar problemas que os clubes precisarão enfrentar. "Não é tão fácil limitar o acesso ao estádio. Pode ter torcedor, por exemplo, que não goste de ter que ficar no sol, mesmo o seu sócio dando acesso para um local mais acomodado. São vários desafios que precisam ser levados em conta", comentou Luciano.

 

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