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Para alcançar meta do ensino médio em 2021, Ceará terá de organizar estratégias
Reportagem

Para alcançar meta do ensino médio em 2021, Ceará terá de organizar estratégias

Por 0,1 escolas públicas do Ensino Médio não alcançaram meta para 2019
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Plataforma Árvore abre inscrições para a Maratona de leitura com o tema "O universo da arte dos jogos" (Foto: Barbara Moira)
Foto: Barbara Moira Plataforma Árvore abre inscrições para a Maratona de leitura com o tema "O universo da arte dos jogos"

O resultado do Ensino Médio brasileiro no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) teve o maior aumento da série histórica, saltou de 3,8, em 2017, para 4,2, em 2019. Mesmo assim, não alcançou a meta para o ano passado (5). Das unidades federativas, apenas Goiás superou o esperado para o ano, 4,8.

A rede pública do Ceará cresceu 0,3 em comparação ao índice em 2017, chegando a 4,4 de Ideb. A meta era de 4,5. Se o resultado das escolas integrais de ensino profissional tivesse sido levado em consideração, o Ideb da rede pública do Ceará teria sido 0,2 maior. O fato foi citado, inclusive, pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes.

Frente a curva de aceleração do ensino médio público cearense, Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco, reflete que a melhora no índice é alta e sustentada. Para ele, o comportamento indica superação da meta em 2021. Porém, a pandemia do novo coronavírus pode impedir isso.

“A pandemia coloca tudo como mais desafiador. O foco pré-pandemia seria seguir acelerando. No entanto, o Ceará terá de fazer duas coisas: tentar acelerar e mitigar as perdas com pandemia”, sugere. Para o economista, será preciso reorganizar as energias de pessoas e recursos para lidar com mais vulneráveis. Principalmente com a economia encolhendo.

Henriques frisa que há um conjunto de pressões não associadas ao ambiente educacional que incidem com mais força sob os alunos do ensino médio. Por isso, será necessário criar mecanismos para estancar a evasão e acolher melhor os alunos acesso precário ao ensino.

Para a presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Cecília Mota, Ceará e Pernambuco, 3º melhor resultado do Ensino Médio no país, devem continuar avançando no indicador devido às políticas de educação profissional implantadas nesses estados. Para a gestora, o Novo Ensino Médio, onde o aluno poderá escolher o itinerário das disciplinas, deverá contribuir para reduzir a evasão.

Do município de Irauçuba, a 157 quilômetros de Fortaleza, Shirley Albuquerque percorre 20km de ônibus até chegar à Escola de Educação Profissional Adriano Nobre, no município de Itapajé. A instituição teve a 8ª melhor avaliação do Ideb em 2019, com Ideb 7,1. Única do Ceará a figurar entre as 10 melhores. No ranking nacional, o Estado teve o quarto melhor resultado no último ano.

“A escola é bastante conhecida na região. Os alunos desde o fundamental têm o sentimento de esperança de entrar no Adriano Nobre porque é bem falada. A escola passa a vontade de querer ir estudar lá. Quando você entra, é tudo o que falam e muito mais”, conta a aluna do curso técnico de administração.

Pré-vestibulanda, Shirley lamenta a situação de muitos dos colegas que não têm acesso aos meios digitais para as aulas remotas durante a suspensão dos encontros presenciais. No entanto, ressalta o esforço da escola em garantir o conteúdo a todos. “Os professores acreditam na gente. Eles confiam e dão o máximo para a gente aprender e obter sucesso”.

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