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O papel de saber definir prioridades
Reportagem

O papel de saber definir prioridades

| Análise | Especialistas indicam qualidade necessárias para um bom coordenador de campanha
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Tipo Notícia

Para que uma coordenação de campanha seja bem executada, há que se conhecer bem o perfil do candidato e as características da Cidade. Isso dentro de um contexto em que a campanha é de 45 dias, um curto período que vai demandar deste ator capacidade para definir prioridades. É a avaliação em comum que fazem Cleyton Monte e Monalisa Soares, cientistas políticos e pesquisadores do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem), da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Monte destaca ser o coordenador o que, em meio a uma agenda disputada de compromissos, fará a escolha do que se fará e do que será descartado naquele dia. Para isso, há que se conhecer bem o candidato, ele diz.

"Tem que ter pensamento ágil, porque resolve muitos 'pepinos'. É um trabalho desgraçado", define. Ele cita as comuns guerras judiciais, com as quais candidatos não podem se ocupar. O docente lembra que é usual que se dê muita importância ao "marqueteiro", mas é o coordenador quem dá concretamente as diretrizes.

Monalisa assinala que as candidaturas mais competitivas trabalham não somente com a elaboração de suas estratégias, mas deixam propositalmente planos em aberto, a serem traçados e executados como resposta aos movimentos dos adversários.

"Imaginemos que um ou outro candidato lance mão de presencialidade, mobilização, do tipo tradicional de fazer campanha. Outros poderão reforçar a importância do distanciamento social, reforçar um discurso contrário a quem renega a pandemia", ela conjectura, considerando a possibilidade de outras reações.

"Esse cenário novo que o contexto de pandemia impõe para as campanhas vai deixar de algum modo o caminho aberto, ou mais de um caminho, para que eles possam lançar mão dessas reações", complementa a coordenadora do Curso de Ciências Sociais da UFC.

É esse tipo de decisão que esses grupos que vão gerir campanhas terão de tomar, com consequências que podem ser cruciais para o resultado final, ela pontua. Monte encerra destacando que uma coordenação competente necessita de uma militância viva pela Cidade e vice-versa. Tarefas complementares. (Carlos Holanda)

 

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