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Isolamento muda hábitos de consumo de psicoativos
Reportagem

Isolamento muda hábitos de consumo de psicoativos

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Tipo Notícia
FORTALEZA - CE, BRASIL, 22-09-2020: Remédios espalhados sobre a amesa. Aumento do uso de drogas ilícitas e lícitas durante a pandemia. Ciência e Saúde.  (Foto: Júlio Caesar / O Povo) (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR FORTALEZA - CE, BRASIL, 22-09-2020: Remédios espalhados sobre a amesa. Aumento do uso de drogas ilícitas e lícitas durante a pandemia. Ciência e Saúde. (Foto: Júlio Caesar / O Povo)

Dados preliminares do levantamento "Uso de álcool e outras drogas na quarentena", do Centro de Convivência É de Lei, mostra que 38,4% pessoas relataram aumento do consumo de psicoativos, legalizados ou não. Para 71,46% dos que usaram psicoativos na quarentena, o consumo se deu para evitar problemas, responsabilidades ou discussões. A pesquisa foi realizada com apoio do Grupo de Pesquisas em Toxicologia e do Laboratório de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (Leipsi), ambos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O comportamento de consumo foi heterogêneo e variou entre as substâncias, conforme a avaliação da pesquisadora que conduziu o levantamento, Ana Cristhina Sampaio Maluf, do Grupo de Pesquisas em Toxicologia Analítica da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Também houve quem diminuiu, quem manteve frequência e quem começou o uso durante a quarentena.

Ela destaca que, além da frequência ou consumo, a forma de uso é muito importante. "Sozinho é mais arriscado, porque se acontecer algo não tem a quem recorrer. Está associado também com frequência de se sentir triste ou deprimido", diz. O uso foi feito sozinho em 42% dos casos, 35% acompanhado e 23% sozinho ou acompanhado.

O caso de pessoas que não usavam e começaram a usar na quarentena foi menos expressivo para medicamentos, como ansiolíticos, e drogas ilícitas como maconha e as "drogas de festa" (cocaína, LSD, MDMA). "Teve diminuição. Gente que usava e parou de usar cocaína e substâncias de festas, por exemplo", cita. No caso da maconha, 15,9% das pessoas suspenderam o hábito durante a quarentena, 34,7% continuaram e 2% passaram a fazer uso no período.

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