Tanto o delegado Munguba Neto, do 4º Distrito Policial, quanto a promotora de Justiça Ana Cláudia Morais, da 93ª Promotoria de Justiça em Fortaleza, concordaram que o pedreiro Amauri Pereira de Souza foi também responsável pela tragédia no edifício Andréa. "Me questionaram, mas os três estavam trabalhando, é a responsabilidade. O bom pedreiro ele sabe mais que um engenheiro recém-formado e inexperiente", afirma.

O tratamento, porém, não foi semelhante em relação ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE). Munguba Neto e Ana Cláudia não enxergaram culpa do órgão, mesmo a entidade tendo emitido o documento Anotações de Responsabilidade Técnica (ART) sem checar o trabalho dos engenheiros José Andreson e Carlos Alberto Loss, da Alpha Engenharia. A ART é uma espécie de aval para o início da obra de reforma.

"Eu não vi (uma responsabilização do Crea) porque o Crea autorizou que eles fizessem a obra, mas eles agiram completamente fora do esquadro. Era pra começar num dia, eles iniciaram antes e sem escora", justificou Ana Cláudia Morais.

Apenas nesses dois pontos houve concordância entre o delegado e a promotora. No restante, foram divergentes. "Seria mais prático ter denunciado por desabamento, acompanhar o que o Munguba fez. Mas e a minha consciência? Eu represento a sociedade, represento aquelas nove pessoas que estão mortas, represento as sete pessoas que foram lesionadas, as que perderam os apartamentos. E eu tenho que dormir em paz, a minha consciência está acima de qualquer coisa", disse a promotora. (DT/DA)