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51% dos eleitores são contra ensino presencial nos próximos meses
Reportagem

51% dos eleitores são contra ensino presencial nos próximos meses

Dos entrevistados, 28% defendem que retorno das aulas deveria ser parcial, apenas para algumas séries, e 19% dos entrevistados pelo O POVO/Datafolha acreditam que todas as séries deveriam retomar ao ensino presencial
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PORCENTAGEM que defende retorno parcial das aulas é maior entre os que moram com estudantes da escola particular (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima PORCENTAGEM que defende retorno parcial das aulas é maior entre os que moram com estudantes da escola particular

Para metade (51%) dos eleitores fortalezenses, as escolas deveriam continuar fechadas para todas as séries nos próximos meses. Por outro lado, 19% dos entrevistados da pesquisa acreditam que todas as séries deveriam retomar ao ensino presencial nos próximos meses. Outros 28% defendem posição intermediária, na qual o retorno das aulas deveria ser parcial, apenas para algumas séries. É o que mostra a pesquisa O POVO/Datafolha. Dos eleitores questionados, 2% não quiseram opinar sobre o tema.

Com a liberação a partir do dia 1º de outubro pelo Governo do Estado, as aulas presenciais de algumas séries na rede particular já foram retomadas em algumas escolas. Na rede municipal, aulas presenciais voltarão apenas em 2021, conforme a Prefeitura de Fortaleza. Ainda não houve decisão anunciada pela rede estadual acerca da data de retorno.

A volta parcial das aulas tem maior apoio entre os mais jovens, segundo o levantamento. Na faixa entre 16 e 24 anos, 44% defendem a medida. A opinião tende a diminuir com a evolução da faixa etária: 25 a 34 anos (32%), 35 a 44 anos (24%), 45 a 59 (25%) e 60 anos ou mais (20%). Com relação à divisão dos entrevistados por gênero, 55% das mulheres e 45% dos homens defendem que todas as escolas continuem fechadas.

Dos entrevistados que têm estudantes da rede municipal de educação no domicílio, 52% acham que as escolas devem ficar fechadas, 27% acreditam que o retorno deveria ser parcial e 19% defendem que todas as séries devem retornar. Essa proporção apresenta leve alteração entre entrevistados que residem com estudantes da rede estadual de educação (54%, 27% e 16%) e com estudantes da rede particular de educação (48%, 32% e 18%).

O publicitário Rubens Martins, 39, faz parte da maioria que defende apenas o ensino remoto pelos próximos meses. "Não vemos na perda de um ano letivo um prejuízo maior que o risco de perder uma vida na família ou causar tragédias nos lares dos outros", considera. Ele afirma que considera "muito pouco provável" que as crianças menores possam ser mantidas dentro do protocolo o tempo inteiro. "Quase todo o protocolo que tem sido adotado nas escolas fica como mera aparência, um recurso que serve apenas pra dar uma falsa sensação de segurança", diz.

Ele conta que Cecília Leite, de 3 anos, aluna da rede particular, tem sofrido com a falta de contato com outras crianças e com a menor variedade de opções de diversão. Além disso, "é bastante complicado fazer o interesse continuar ao longo da aula" no caso de crianças na idade da filha. "Os professores e professoras sofrem dobrado também, porque precisam trabalhar tanto no presencial quando no remoto", relata.

"Ainda não é hora de voltar. Devemos nas manter com aulas remotas até o final do ano para nova avaliação. Temos que entendido que a comunidade escolar tem o mesmo receio que nós", afirma Gardênia Baima, da direção executiva do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute). O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE) tem feito pressão para retorno das aulas presenciais nas instituições. Procurada pelo O POVO, a entidade informou, por meio de nota, enviaria nota na manhã de hoje sobre a pesquisa.

 

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