Com a restrição das saídas de casa para que Ravi Araújo Gonzaga, de 2 anos, brincasse e gastasse energia em parquinhos, o acesso do pequeno a eletrônicos mudou durante a pandemia. Se antes ele não tinha acesso algum a celulares e eram raras as vezes em que assistia televisão, durante os meses de isolamento social essa rotina foi alterada.
De tanto prestar atenção nos adultos da casa, o menino percebeu que é possível fazer pesquisas no celular e vez ou outra pede para que os pais ou os avós busquem algo que viu em algum livro. Ele também descobriu o YouTube e pede para ouvir música. Mas nada disso o menino faz sozinho.
Estudante de Pedagogia, Elisa Araújo, 24, mãe de Ravi, faz questão de tomar cuidados com a exposição do filho à tecnologia. "Ele só assiste qualquer conteúdo se tiver algum adulto do lado dele assistindo junto", conta.
Antes da pandemia, a casa era "quase zero tela". "Sei que a tela, principalmente para criança pequena, traz mais malefícios do que benefícios. Nosso intuito era deixá-lo longe delas o máximo que desse para ele brincar e se desenvolver fazendo outras coisas." Massinha de modelar, tinta, livros e brinquedos de montar estão entre os preferidos de Ravi.
O acesso à televisão também aumentou. Apesar de ainda ser por pouco tempo, chegou um momento que o menino assistia televisão todos os dias. "Com a pandemia, a gente ficou dentro de casa, e ele via principalmente os avós assistindo televisão e ficava ali presente", conta Elisa.
Para que o menino não tivesse acesso a programas violentos, acabavam mudando para programação infantil. Atualmente, estabeleceram a regra de ele assistir apenas dois episódios por dia de desenhos animados. "No começo ele relutou, mas agora já sabe."