Um dia após o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), anunciar vacinação contra a Covid-19 a partir de 25 de janeiro, e no mesmo dia em que reuniu-se com governadores para fazer um balanço sobre o enfrentamento à Covid-19 no Brasil, o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, afirmou, ontem, 8, em pronunciamento no Palácio do Planalto, que cabe ao Ministério da Saúde (MS) realizar o planejamento e a vacinação no Brasil.
"Não podemos dividir o Brasil em um momento difícil", justificou. Na declaração, Pazuello disse ainda que qualquer vacina que seja registrada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será alvo de contratação pelo Governo Federal. "Não existe essa discussão. Isso é uma discussão criada."
Em reunião com governadores também nesta terça, 8, o ministro citou os atuais acordos do Governo Federal para a aquisição das vacinas. É o caso do laboratório AstraZeneca, por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) — 260 milhões de doses e insumos para fabricação — e do consórcio Covax Facility, Instrumento de Acesso Global de Vacinas Covid-19 — 42 milhões de doses.
"Estamos atentos a tudo que acontece no mundo. Assinamos uma carta de intenções, um memorando de entendimento, garantindo mais 70 milhões de doses da Pfizer, já iniciando em janeiro de 2021 o recebimento dessas doses", acrescentou. Segundo informações do Ministério, 15 milhões de doses da vacina da Oxford/AstraZeneca — das 100 milhões acordadas - já começam a chegar em janeiro de 2021.
Na última semana, a pasta divulgou um plano preliminar de imunização, que prevê quatro fases e com grupos prioritários. Na primeira fase, por exemplo, serão vacinados trabalhadores de saúde, idosos acima de 75 anos, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência e população indígena.
No sábado, 5, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) publicaram uma nota conjunta em que defendem uma coordenação nacional de estratégias de vacinação. Uma eventual adoção de diferentes cronogramas e grupos prioritários pelos estados, segundo as entidades, gerariam "iniquidade entre os cidadãos das unidades da federação".
Leia mais nas páginas 6 e 11