Logo O POVO+
Epidemiologista afirma que pesquisas sobre as vacinas vão continuar no País
Reportagem

Epidemiologista afirma que pesquisas sobre as vacinas vão continuar no País

Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Ligia Kerr, médica sanitarista, epidemiologista e professora titular da UFC (Foto: Acervo Pessoal)
Foto: Acervo Pessoal Ligia Kerr, médica sanitarista, epidemiologista e professora titular da UFC

Segundo a epidemiologista e professora titular da Universidade Federal do Ceará, Lígia Kerr, na prática, a diferença entre as duas vacinas aprovadas é que no caso da Coronavac, o vírus da doença é passado por diferentes processos químicos até ficar inativo, sendo incapaz de causar a doença novamente. Já a AstraZeneca é uma vacina que precisa de um adenovírus que vem do macaco e não produz uma doença no ser humano, na prática, ela leva o vírus do Sars-cov 2 até nossas células de resposta. Ambas são tecnologias utilizadas há pelo menos sete décadas em vacinas para a população humana.

"A vacina Coronavac, no Brasil, foi testada em um grupo que está sob alto risco, que é o caso dos profissionais da saúde. Nós, a população em geral, não está sob risco intenso como os profissionais da saúde e isso pode ter sido um fator do porquê de a Coronavac ter uma taxa de imunização mais alta em outros países", completou.

Sobre o prazo de 40 dias para uma resposta completa, tanto sobre imunização quanto para os efeitos adversos, ela explica: "muitas vacinas do Programa Nacional de Imunização requerem esse prazo, que pode variar, mas significa que você só estará completamente vacinado, quando existem duas, e, após alguns dias depois da segunda dose".

"Na realidade quase a totalidade dessas vacinas requerem uma segunda dose, existem alguns prazos entre a primeira e a segunda dose, então você só adquirirá o limite mais alto de imunização quando tomar a segunda dose", explica.

Sobre a baixa presença de idosos na testagem e a ausência de crianças e adolescentes, ela explica que em muitos estudos clínicos as populações de idosos, gestantes e lactantes são tiradas e vão sendo testadas devagarinho, principalmente porque não existe uma segurança, no momento, para saber se terá algum problema ou não.

"A Anvisa vai continuar a avaliação. Todas as vacinas, hoje, estão indo para a fase 4, a fase onde serão testadas em milhões de pessoas e, a partir daí, teremos informações sobre as reações adversas", acrescenta. Esse é um dos aspectos que ficará em alerta pela Anvisa e, tanto a Fiocruz quanto o Instituto Butantan, assinaram um termo de compromisso para acompanhar e encaminhar à Anvisa os resultados. (Alice Sousa)

 

O que você achou desse conteúdo?