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A atual relação positiva no comércio entre brasileiros e chineses
Reportagem

A atual relação positiva no comércio entre brasileiros e chineses

Balança comercial. Negócios.
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Vista geral de containers e área portuária do Pecém (Foto: Evilázio Bezerra/22-02-2017)
Foto: Evilázio Bezerra/22-02-2017 Vista geral de containers e área portuária do Pecém

O superávit da balança comercial foi de US$ 50,9 bilhões em 2020. O resultado positivo pode ser considerado um alento para um ano de crise, em que a projeção de queda do PIB brasileiro chega a 4,5%. Neste cenário, o único resultado positivo foi o superávit comercial que contribuiu para a queda do déficit em conta corrente num momento de retração da entrada de capital no País.

A pandemia do novo coronavírus provocou uma recessão global que diminuiu a atividade econômica. O efeito principal foi a retração nas exportações e importações, principalmente por causa dos lockdowns ao redor do mundo. No entanto, a magnitude dessa retração depende da estrutura da pauta de comércio exterior dos países. Aqui tratamos apenas do comércio de mercadorias e, nesse caso, o Brasil se destaca pela composição das suas exportações concentrada em commodities direcionadas para a China.

Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. No caso do Ceará, é o segundo principal parceiro. A gerente do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (CIN-Fiec), Karina Frota, destaca que mesmo num contexto recente de guerra comercial entre Estados Unidos e China, os asiáticos seguiram ampliando sua participação no comércio internacional.

"O interessante é que no comércio exterior, a China é a grande potência asiática e se mostra um mercado elementar para o Brasil, pois tanto aparece como principal comprador, como também é responsável por boa parte dos investimentos diretos no País", destaca.

Em grande medida, o desempenho das exportações brasileiras depende das commodities, que explicaram 66% do valor exportado em 2020, o maior percentual da série histórica iniciada em 1998, quando esse valor era de 40%. Para o superávit de US$ 50,9 bilhões, o grande parceiro comercial que contribuiu com US$ 33,6 bilhões foi a China.

A China aumentou sua participação nas exportações e importações para o Brasil, superando a soma dos percentuais dos Estados Unidos e da União Europeia. No Ceará, os principais produtos exportados para os chineses são dos setores de ferro e aço, além de pescados e, também, com registros no setor de calçados. Na importação, temos as máquinas, aparelhos e materiais elétricos dentro do setor de energia, em segundo lugar os produtos químicos, e depois os reatores nucleares.

Karina destaca que, na análise do ano de 2020, a China representou para o Ceará uma participação de quase 14% nas nossas vendas internacionais, isso em valores representa US$ FOB 247 milhões. Temos um incremento expressivo, superior a 382% nessa relação comercial entre 2019 e 2020. Ainda assim, aponta que o principal parceiro comercial do Ceará deva continuar sendo os norte-americanos num futuro próximo.

"As relações comerciais entre o Ceará e a China devem crescer, sim. Mas, ainda em 2021, não deve superar a relação comercial que temos com os Estados Unidos. Isso por conta do relacionamento histórico que temos com o mercado norte-americano, como também pelo acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos, que prevê a abolição de algumas barreiras não tarifárias, ou seja, a simplificação de procedimentos burocráticos", afirma.

 

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