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Covid-19: Secretaria aponta 2º onda longa em Fortaleza
Reportagem

Covid-19: Secretaria aponta 2º onda longa em Fortaleza

| AGRAVAMENTO | Cenário na Capital é de forte transmissão e aumento da mortalidade. A média móvel de óbitos dos últimos sete dias aumentou 36% em relação a 14 dias atrás. Todo o Estado registra aumento de casos e mortes
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AMBULÂNCIAS em frente ao Hospital Antônio Prudente: média diária de casos em fevereiro é a maior desde o início da pandemia (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE AMBULÂNCIAS em frente ao Hospital Antônio Prudente: média diária de casos em fevereiro é a maior desde o início da pandemia

No primeiro dia de lockdown, a situação de Fortaleza sugere segunda onda longa e forte nível de transmissão do coronavírus. O isolamento rígido para frear a pandemia, contudo, não mudou o cenário a olhos vistos, como da primeira vez em que foi decretado, no ano passado. Por outro lado, os dados que sustentam a necessidade de adesão ao lockdown são claros. Na Capital, a média móvel de óbitos dos últimos sete dias (19) é 36% maior do que a calculada há duas semanas. A mortalidade já é considerada de moderada a alta.

Análise da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) aponta que o cenário sugere uma "longa segunda onda epidêmica em progressão que mudou sua dinâmica de dispersão, ganhou força de transmissão, tendendo a um padrão de propagação exponencial".


 

Os dados são de boletim epidemiológico divulgado nesta sexta-feira, 5, pela pasta. Com base na média diária de óbitos em fevereiro, pelo menos 15 pessoas morrem de Covid-19 a cada 24 horas na Capital. No dia 25 de fevereiro foram registradas 34 mortes pela infecção. O maior número desde junho de 2020.

A proporção de positividade das amostras (RT-PCR) de moradores de Fortaleza analisadas pelos laboratórios que apoiam a rede pública, Lacen-CE e Fiocruz, foi de 33% entre os dias 25 de fevereiro e 4 de março de 2021. A taxa de resultados positivos continua a sugerir circulação viral alta.

Conforme o balanço semanal, a média diária de casos em fevereiro é a maior desde o início da pandemia. Considerando a segunda onda, o maior valor de média móvel foi de 759,4 casos no dia 23 de fevereiro.

Tira duvidas sobre o lockdown
Tira duvidas sobre o lockdown (Foto: Tira duvidas sobre o lockdown)

Após o início da segunda onda, em outubro, observa-se desaceleração entre novembro e dezembro. Contudo, a desaceleração é seguida por novo crescimento, no qual a média de casos subiu 46% entre dezembro e janeiro e 35% entre janeiro e fevereiro. A SMS pontua que a expansão da testagem contribui para uma média diária superior à observada em abril e maio de 2020.

O agravamento de indicadores é registrado em todas as regiões do Estado. Em uma semana, Ceará apresenta aumento de 60,8% no número de novos casos e 65,6% nos novos óbitos por Covid-19. A alta corresponde aos indicadores registrados na Semana Epidemiológica 8 (de 21 a 27 de fevereiro) em relação à semana anterior. Foram confirmados 7.232 novos casos e 202 óbitos. As informações são do boletim epidemiológico semanal publicado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) ontem.

O Ceará chegou a 441.484 casos confirmados de Covid-19 e 11.642 óbitos em decorrência da doença ontem. São 3.561 casos e 88 óbitos a mais do que o último boletim do dia anterior. Segundo dados atualizados às 17h48min dessa sexta-feira pela plataforma IntegraSUS, houve sete mortes apenas nas últimas 24 horas.

Tira dúvidas sobre o lockdown

O Governo do Ceará realizou uma transmissão ao vivo ontem, 5, pelas redes sociais para tirar as dúvidas sobre as restrições referentes ao lockdown, que segue até o dia 18. Flávio Ataliba, secretário executivo de Planejamento Orçamento Gestão do Ceará (Seplag), comentou os pontos do decreto.
“O decreto é exclusivamente para Fortaleza. Os outros municípios ficam com a liderança local. Cabe a eles verificarem quais setores devem ser fechados”, destaca o secretário.

Está permitido

•Cartórios estão permitidos funcionarem de portas fechadas e através de serviços on-line.
Estradas e rodovias apenas em casos de necessidade comprovada. O secretário cita o exemplo da assistência médica de emergência e em casos de trabalhadores que atuam em serviços essenciais e residem em outros municípios. Havendo a necessidade de justificar a circulação de um município para outro
Indústrias. Segundo o secretário, a indústria parou ano passado, mas esse ano não parará.
Atividades de berçário e da educação infantil para crianças de zero a três anos
Treinamento para profissionais da saúde, aulas práticas e laboratoriais para concludentes do ensino superior, inclusive de internato. A outra parte do setor educacional está autorizada a funcionar apenas de forma remota
Postos de saúde em casos de atendimentos de emergência
Clínicas de fisioterapia apenas para casos de emergências
Oficinas e borracharias
Serviços de transportes de aplicativos (Uber, 99 pop entre outros)
Postos de gasolinas e suas lojas de conveniências
Os aeroportos estão ligados à jurisdição do Governo Federal. Gestões municipal e estadual não podem interferir diretamente no espaço
Hotéis e pousadas podem funcionar. Restaurantes dentro do hotéis e das pousadas podem funcionar também, mas somente para atender clientes hospedados
Bancos devem funcionar respeitando os protocolos para evitar aglomerações

Não está permitido

Praias. As praias se encaixam em espaços abertos e públicos. Atividades ao ar livre estão suspensas
Clínicas psicológicas. Atendimentos de urgência devem ser direcionados aos hospitais.
Lava-jatos
Academias, locais de danças, pilates entre outros
Igrejas. As igrejas não podem realizar seus eventos de cultos religiosos, mas os estabelecimentos podem abrir para que fiéis façam orações e preces de forma individual

Vai haver multas?

De acordo com o secretário Flávio Ataliba, o interesse do Governo do Estado e da Prefeitura de Fortaleza é no caráter educativo da população. "Não estamos interessados em coerção ou multas. Em casos de resistências ao decreto, a lei precisa ser cumprida buscando coibir as circulações indevidas. Nós usaremos desses métodos para proteger a população" argumenta Flávio.

Como denunciar

Os cidadãos que quiserem denunciar casos de aglomeração na cidade podem ligar para um dos seguintes números:


Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis)
Telefone: 156A
Site: denuncia.agefis.fortaleza.ce.gov.br e aplicativo Fiscalize Fortaleza (disponível para Android e iOS)


Vigilância Sanitária do município
Telefones: 150, 3252-2155, 3252-1571 e 3252-1587


Polícia Militar
Telefone: 190


Ministério Público do Ceará
Telefones: 127 ou 0800.28.22.553
E-mail: ouvidoria@mpce.mp.br

 

 

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