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Média diária de mortes por Covid-19 aumenta em Fortaleza
Reportagem

Média diária de mortes por Covid-19 aumenta em Fortaleza

Desde novembro de 2020, o número de mortes por conta da doença voltou a crescer na Capital. Curva de óbitos mostra maior aumento em fevereiro de 2021 e "crescimento exponencial" nos primeiros 12 dias de março
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FEVEREIRO de 2021 teve a maior média diária de casos de Covid-19 confirmados em Fortaleza  (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima FEVEREIRO de 2021 teve a maior média diária de casos de Covid-19 confirmados em Fortaleza

A média diária de mortes por Covid-19 em Fortaleza aumentou 200% neste mês de março, em comparação com os registros de janeiro último. Entre os dias 1/3 e 12/3, houve 271 óbitos. Em média, é como se mais de 22 pessoas tivessem morrido a cada dia por complicações da doença neste mês, até ontem. Já em janeiro, ocorreram 237 mortes, e a média diária de óbitos foi de 7,6.

Essas informações foram divulgadas ontem, 12, pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no boletim epidemiológico semanal referente à Covid-19. Os dados utilizados na análise foram coletados no IntegraSus, plataforma da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), com atualização às 8h40min do mesmo dia. No documento, aponta-se que "o cenário do município já é considerado de moderada a alta mortalidade".

Considerando-se a média móvel — que obedece intervalos regulares de quatorze dias —, o pico da média móvel nesta segunda onda da pandemia foi de aproximadamente trinta óbitos (30,3), no dia 8 de março.

O documento divulgado pela SMS também destaca que fevereiro de 2021 teve a maior média diária de casos de Covid-19 confirmados no município desde o início da pandemia. Foram 20.763 confirmações — ou 741,5 por dia. O segundo mês com maior média diária de registros foi maio de 2020, quando ocorreu o pico da primeira onda, com 18.852 casos confirmados — ou 608,1 por dia.

Para conter o avanço da pandemia no Estado, o governador Camilo Santana (PT) determinou que todos os municípios entrassem em lockdown a partir de hoje, 13, até o próximo dia 21. Em Fortaleza, o isolamento social rígido já tinha sido decretado e teve início na sexta-feira, 5 de março, e barreiras sanitárias foram instaladas nas entradas da Cidade.

Na manhã de ontem, 12, a secretária da Saúde de Fortaleza, Ana Estela Leite, participou de uma live realizada pela Prefeitura. Na ocasião, ela alertou que os leitos de hospitais públicos e privados da Capital destinados a atender pessoas com Covid-19 podem se "esgotar a qualquer momento". Até as 19h03min de ontem, o IntegraSus, apontava 10 instituições médicas da Capital com 100% de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde os casos mais graves são tratados.

As unidades com UTIs lotadas são a Casa de Saúde e Maternidade São Raimundo, o Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), o Hospital José Martiniano de Alencar, o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), o Hospital Otoclínica, o Hospital São Carlos, o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e o Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ). Outras seis instituições estão com taxa de ocupação de 90% ou mais.

Ao lado do gerente de Vigilância Epidemiológica de Fortaleza, Antônio Lima, a gestora analisou o cenário epidemiológico vivido pela Capital e considerou momento como "extremamente crítico". Além disso, mesmo com os casos da doença em alta, ela afirmou que a Secretaria da Saúde do Município (SMS) não sabe quando será o pico da doença nesta segunda onda da pandemia.

"Essa capacidade instalada (de leitos) pela rede pública, pela rede privada também em expansão, pode se esgotar a qualquer momento. A população precisa fazer a sua parte", pontuou. A secretária destacou que todos os cenários analisados pela pasta e por demais órgãos competentes do Ceará são de "incertezas".

Segundo informou Antônio Lima durante a transmissão ao vivo, a maioria das internações que têm sido registradas em hospitais da Capital não é mais de idosos, ao contrário do que aconteceu na primeira onda da pandemia. "Trata-se de pessoas com um média de 30 a 50 anos", afirmou o gerente, destacando que este segundo momento da doença ocorre devido ao aumento de transmissão do vírus percebido após as aglomerações realizadas por populares em dezembro e janeiro. (Colaborou Gabriela Almeida)

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