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Políticos divergem sobre impacto eleitoral do isolamento
Reportagem

Políticos divergem sobre impacto eleitoral do isolamento

Deputados e senadores cearenses têm opiniões opostas sobre como as decisões repercutirão nas urnas
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FORTALEZA, CE, Brasil. 04.03.2020: CCJ da Assembleia Legislativa se reune sobre parecer do caso de Andre Fernandes. Na foto: Osmar Baquit. (Foto: Deísa Garcêz / Especial para O Povo) (Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO)
Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO FORTALEZA, CE, Brasil. 04.03.2020: CCJ da Assembleia Legislativa se reune sobre parecer do caso de Andre Fernandes. Na foto: Osmar Baquit. (Foto: Deísa Garcêz / Especial para O Povo)

Como frequentemente ocorre no Brasil polarizado, prognósticos sobre o efeito de medidas de isolamento social na opinião pública acabam dizendo menos sobre a questão em si e mais sobre quem responde. Ouvidos pelo O POVO, políticos cearenses divergem sobre possíveis efeitos das medidas em 2022, com parte dizendo que ação beneficia base de Camilo Santana (PT) e outra parte argumentando no sentido contrário.

"Como são medidas duras, acho que hoje, no calor da emoção, podem pesar politicamente contra os prefeitos e governadores. Mas acredito que, lá para frente, as pessoas vão reconhecer quem de fato esteve do lado da vida e quem não esteve. Hoje há muita paixão, mas até 2022 a história mostrará que foi necessário", diz Osmar Baquit (PDT).

"Poderíamos ter tido resultados melhores? Sim, se tivéssemos um presidente da República coordenando, que fosse líder na nação e que agregasse os governadores. Se tivéssemos uma política definida no combate à pandemia. Mas o que temos é um presidente negacionista, que diz que vacina não serve, que a da China ele não compraria, e que está aí todo dia tentando diminuir o impacto, fazendo aglomerações", continua.

Para a deputada estadual e pastora evangélica Dra. Silvana (MDB), no entanto, o efeito será contrário. "Se fosse um remédio amargo, mas que curasse, tirasse a dor, estaríamos todos nós tomando de gut-gut. O negócio é que paralisa tudo, quebra a economia, mas não resolve nada, os números continuam crescendo", afirma. "Seguramente, ninguém vai olhar para trás e ver isso como uma coisa boa", continua.

Mais moderado, o senador Eduardo Girão (Podemos) afirma que os governantes não devem, no contexto da pandemia, tomar decisões pensando na próxima eleição. Ele destaca, no entanto, que a crise no Estado possui uma série de "coisas estranhas", que deverão ter reflexo na opinião do eleitorado.

"Temos, por exemplo, a criminosa desmontagem do Hospital de Campanha do PV em plena pandemia, ou a compra de respiradores de uma empresa que comercializa produtos superfaturados e que nunca foram entregues", diz, destacando casos que foram objeto de ação da Polícia Federal no Estado em outubro de 2020, mas que ainda seguem em investigação. Ele destaca ainda que medidas como lockdown são "extremas" e só ocorreram pois o governo não fez "dever de casa" de se preparar melhor na crise.

Walter Cavalcante (MDB), no entanto, diz ter confiança de que a população entenderá razões para as medidas. "No mundo todo somos hoje onde se mais morre pela pandemia. Sabemos que as medidas são duras para a economia, mas é melhor deixar mais para frente o desenvolvimento, do que a gente perder mais vidas do que já perde. As pessoas vão entender isso, que é melhor pecar por excesso do que por omissão".

 

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