Iracema é extensa, cheia de detalhes. Para aproveitá-la por inteiro, é preciso tirar o dia e passear pelo Centro Cultural Dragão do Mar e pela Beira Mar, preparado para respirar cultura. O tour seria mais ideal ainda na companhia de Mona Gadelha, 60 anos: "Eu acho que Fortaleza faz parte da minha história, não eu dela. Ela faz parte da história da minha geração", ri, lembrando da época da Turma do Rock.
Atualmente, Mona é coordenadora do Laboratório de Música da Escola Porto Iracema das Artes, para o qual espera voltar em breve. "Ver de novo todo mundo tocando violão, conversando, rindo, chorando também. Tenho uma saudade imensa de circular pela praia de Iracema", diz.
Prédio do Porto Iracema, no Centro Dragão do Mar, durante a pandemia do coronavírus, um dos lugares favoritos de Mona Gadelha
Não teria como ser diferente. A cantora está desde a adolescência envolvida no cenário cultural da Cidade e o viu evoluir. Na década de 80, por exemplo, Fortaleza ainda carecia de estúdios de gravação, o que levou Mona a se mudar para São Paulo. Mas a realidade agora é outra: "Eu vejo uma tradição que vem se consolidando de grandes músicos. É uma criação muito pulsante [em Fortaleza]", comemora.
Mas com a pandemia, os artistas recorreram às apresentações virtuais para manter o trabalho e garantir o entretenimento em tempos tão difíceis. Enquanto isso, a classe profissional perdeu grandes nomes para a Covid-19. Será difícil retomar a Iracema alegre e pulsante de antes, mas os artistas resistem.
"Eu lembro do show que fiz na Praia de Iracema, no projeto Férias da PI [em janeiro de 2020]. Foi um show muito especial para mim, tive a participação de outros artistas jovens. Foi um momento muito forte, muito bonito, que guardo com muito carinho", conta. Por essas oportunidades, garante, vale a pena esperar.