Eduardo Regino, de 18 anos, conseguiu o seu primeiro estágio há dois meses em uma agência de comunicação. Ele estuda design na Universidade Federal do Ceará (UFC) e é justamente nessa área em que está trabalhando. Em um primeiro olhar, o início de sua trajetória profissional parece bem semelhante à de milhares de outros designers que o antecederam.

Porém, Eduardo está tendo a primeira experiência profissional de um modo quase inimaginável há cinco ou dez anos. Ele trabalha de casa, no chamado home office. "É um começo em um processo diferente do que eu imaginava que teria quando estudava no ensino médio. Eu recebo as demandas de forma virtual e sou acompanhado de forma remota", explica.

Ser de uma geração que lida muito bem com a tecnologia ajuda e Eduardo não vê desvantagens para seu aprendizado profissional em atuar nesse formato. "Essa parte de ser um trabalho remoto permite a gente ter mais flexibilidade, sem precisar ficar se deslocando de um canto para o outro para resolver uma coisa", avalia. Ele acrescenta que a distância não atrapalha a convivência com os colegas de trabalho.

Eduardo considera ter tido sorte de começar a estagiar logo no segundo ano de faculdade. "Eu não esperava e até planejava não misturar a faculdade com trabalho, mas, quando surgiu a oportunidade e o convite, eu aceitei e isso foi muito bom para mim, porque aprendi muita coisa", comemora. Ele reconhece, contudo, que muitos outros jovens não têm a mesma chance devido às carências no sistema de educação no País.

"Eu acho que a parte mais crucial para explicar tanto desemprego é que o jovem não está preparado e o nosso sistema de educação, principalmente o público, tem muitas falhas. Aí quando o jovem vai tentar arranjar um trabalho não consegue, pois não tem os conhecimentos que as empresas estão exigindo hoje".