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Qualificação nem sempre é garantia de recolocação rápida
Reportagem

Qualificação nem sempre é garantia de recolocação rápida

Vender trufas de chocolate foi saída para estudante
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Débora busca emprego nas áreas de turismo 
e economia criativa, enquanto cursa odontologia (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita Débora busca emprego nas áreas de turismo e economia criativa, enquanto cursa odontologia

Débora Helena completou 25 anos no mês passado. Ela viveu cinco anos no Uruguai, onde fez um pouco de tudo, do audiovisual à fotografia, passando pela dança, até voltar para Fortaleza no início de 2021.

A jovem também faz uma faculdade à distância, porém, mesmo com uma série de experiências de vida e cursos diversos no currículo, a jovem se viu na necessidade de improvisar para se manter e ajudar à família, que mora no bairro Mondubim, enquanto busca emprego. Hoje, vende trufas de chocolate.

"Está muito complicado. Se está difícil para quem já está formado e tem um histórico de trabalho aqui, imagina para pessoa que vem de fora. Tenho tentado, principalmente, deixar meu currículo em hotéis para trabalhar como recepcionista, já que eu falo outros idiomas, como o espanhol e o inglês. Também tenho tentado alguma coisa nessa área que gosto das artes, mas até agora não consegui absolutamente nada", lamenta.

Os dois segmentos que despertam o interesse mais imediato de Débora, o turismo e a chamada economia criativa, estiveram entre os mais afetados pela pandemia no Ceará. No longo prazo, ela aposta em uma carreira considerada mais estável como a odontologia. "Estou fazendo faculdade nessa área à distância, em uma instituição uruguaia. Eu vejo esse curso como uma saída mais fácil de me profissionalizar", explica.

Débora enxerga na educação, contudo, não apenas uma forma individual de ter oportunidades melhores de trabalho o futuro, mas também como um meio para reduzir o desemprego entre outros como ela. "Para mim, os governos não investem na educação. Eu vejo muitos jovens sem acesso a uma boa educação e, por isso, a taxa de desemprego é tão alta", critica.

"Se tenho uma empresa, não vou contratar uma pessoa que não tem uma educação. Eu tenho várias amigas que não tiveram oportunidade ou não foram bastante influenciadas a estudar e elas têm muita dificuldade de conseguir emprego. As empresas não querem aceitar quem tem só o ensino médio ou nem isso", afirma Débora.

 

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