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A volta ao atendimento presencial nas lojas, após 40 dias de lockdown
Reportagem

A volta ao atendimento presencial nas lojas, após 40 dias de lockdown

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A MARCA Homem de Sapato investe no maior relacionamento com o cliente  (Foto: divulgação)
Foto: divulgação A MARCA Homem de Sapato investe no maior relacionamento com o cliente

Um ponto comum nos relatos de quem está na linha de frente do varejo, sobretudo, em segmentos de moda, é que embora o fluxo nas lojas ainda tenha sido tímido na primeira semana de reabertura da economia, após 40 dias em lockdown e com horário ainda bem restrito, ter as lojas físicas abertas ajudam a impulsionar as vendas, inclusive as digitais.

"Faz muita diferença. Cria um outro clima, acho que tem a ver com a pessoa saber que a pessoa poderá ir à loja se precisar", relata Jhonatan Rego, diretor criativo e CEO da marca Homem do Sapato.

Ele diz que a marca, que já tinha um apelo digital forte desde 2024, para driblar a crise, focou principalmente em aprofundar o relacionamento com o cliente, procurando entender os novos hábitos de compra e se adaptar. E uma das mudanças percebidas é que o consumo está mais seletivo.

"Ao invés de comprar dois, três sapatos de dia a dia, ele está comprando um mais despojado, esportivo, que faça sentido na nova rotina dele, ainda que ele tenha um valor maior. O que fez com que, no fim, a queda no ticket médio tenha sido pequena, de apenas 3%", diz.

Também passou a enviar malas com os produtos para a casa dos clientes para uma escolha com calma. "Quando a gente ia buscar no dia seguinte, normalmente, ele ficava com apenas um sapato. Se passasse dois dias, a chance dele ficar com mais de um era maior".

Buscar caminhos para efetivar a venda, fazendo ajustes na operação, é essencial para garantir a retomada. Os números da mais recente Pesquisa Mensal do Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem demonstrado que mesmo antes do segundo lockdown, o volume de vendas, apesar de ter experimentado uma sensível melhora no segundo semestre de 2020, já não vinha em bom ritmo. Em fevereiro, o crescimento foi de apenas 0,7%, após dois meses consecutivos de queda. E as perdas acumuladas nos últimos doze meses chegaram a 6,1%.

Emílio Guerra, diretor da marca de roupas Skyler, com 50 pontos de venda no Brasil, destes 14 em Fortaleza, confirma que hoje o volume de venda hoje é metade do que o habitual antes da pandemia. Tampouco se aproxima da retomada experimentada em agosto e setembro do ano passado. Mas não perde a esperança de que dias melhores voltarão.

"A partir de agosto, a gente sentiu um aumento forte nas vendas. Tinha uma demanda reprimida, auxílio emergencial e programas de apoio ao emprego, eram vários os aspectos que favoreceram o segundo semestre, tanto que aquele cenário provocou o efeito colateral de falta de matéria-prima. Mas acho que qualquer retomada é melhor do que lojas fechadas. Dá-nos a sensação de esperança de que as coisas uma hora vão melhorar".

 

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