Aliados do governador Camilo Santana (PT) e oposicionistas já se movimentam de olho na corrida eleitoral de 2022 para o Governo do Estado e outros cargos em disputa ano que vem, como a vaga no Senado.
Entre governistas, a expectativa é de composição ampla para enfrentar nomes alinhados com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) num cenário de polarização com um postulante do PT, possivelmente Lula, mas com investidas de Ciro Gomes (PDT) tentando furar essa dualidade.
Presidente estadual do PSD e ex-vice-governador, Domingos Filho fala sobre costuras partidárias e diz que, "no momento adequado, vamos estar colocando os nomes de que o partido dispõe para essa avaliação".
Político experiente que se reaproximou do Governo depois de desentendimentos com o grupo de Ciro e Cid Gomes, o pessedista enfatiza que sempre fez parte "dessa base e desse modelo que vem administrando o estado nos últimos 16 anos, em todas as eleições".
"Na primeira, votamos no governador Cid em aliança com o PT na vice. Depois, fui convidado pelo governador Cid. Na segunda, fui vice-governador. Na seguinte, saiu candidato o Camilo, e votamos no Camilo e depois na reeleição do Camilo. E assim também nas eleições para a Prefeitura de Fortaleza", relembra.
Questionado se agora teria chegado a sua vez de se candidatar ao Executivo, Domingos diz que essa pergunta não teria de ser feita a ele. Mas admitiu: "Quem está na vida pública, é vocacionado, vem servindo durante tempo razoável e ocupando espaços e disser que não tem desejo de ser candidato a governador, está faltando com a verdade".
Outro nome próximo de Camilo que também acena com uma possibilidade de candidatura ao Governo do Estado é o ex-senador Eunício Oliveira (MDB).
"Vou aguardar com serenidade, mas com muita disposição para esse chamamento. Não posso deixar de ter disposição. Vou avaliar com tranquilidade. O desejo é Senado ou Governo", revela Eunício ao O POVO.
Para o emedebista, "o cenário de 2022 está completamente aberto, com variáveis várias e todas possíveis", sobretudo depois da entrada em cena de Lula. Segundo Eunício, a presença do petista no jogo "cria uma nova vertente que amplia, no meu entendimento, possibilidades de disputa".
Possível concorrente ao Governo, mas no campo da oposição, é o deputado federal Capitão Wagner, do Pros. "Temos muitas opções, o meu nome, o nome do Roberto Pessoa (prefeito de Maracanaú), o nome do senador Eduardo Girão, do Vítor Valim (prefeito de Caucaia), do Glêdson Bezerra (prefeito de Juazeiro", cita Wagner.
Sobre a preferência entre postular reeleição para deputado ou o Governo, o deputado responde: "Nosso nome é colocado pela própria oposição como alguém que pode disputar. Se eu fosse escolher, escolheria concorrer a governador, mas essa escolha não é minha. É uma escolha do grupo, uma escolha técnica".
De acordo com ele, "a oposição hoje tem muito mais opções do que tinha em 2018", nomes com mais viabilidade eleitoral e com lastro de "vitórias em 2020 em cidades estratégicas na Região Metropolitana de Fortaleza e no Cariri".
Também parlamentar de oposição ao grupo do governador Camilo, Carmelo Neto (Republicanos) diz acreditar que a eleição presidencial terá grande influência no pleito local. Sinto que, mais do que nunca, o povo cearense clama por uma opção diferente do que está aí para o Governo do Estado, e também reconhece o trabalho que o presidente Jair Bolsonaro tem feito", considera.