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O desafio de quem sobrevive da arte
Reportagem

O desafio de quem sobrevive da arte

Superação.
Edição Impressa
Tipo Notícia
FORTALEZA, CE, BRASIL, 07.05.2021: ECONOMIA - Medidas Emergeciais. Nelio, musico. e Amir, dono do restaurante Hanna's. (Foto: Thais Mesquita/O POVO) (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita FORTALEZA, CE, BRASIL, 07.05.2021: ECONOMIA - Medidas Emergeciais. Nelio, musico. e Amir, dono do restaurante Hanna's. (Foto: Thais Mesquita/O POVO)

Em mais de 30 anos de carreira, o músico Nélio Costa, 54 anos, nunca se viu em uma situação financeira como a que se encontra atualmente. A agenda de trabalhos que antes da pandemia incluía apresentações regulares em restaurantes, shows e projetos culturais, ficou praticamente zerada. O mesmo aconteceu com a outra fonte de renda que vinha do aluguel de seus equipamentos de sonorização para eventos.

"Foi sem dúvida um baque muito grande. Estou há um ano e dois meses sem trabalhar. Quando se é jovem, de 20, 30 anos, isso pode até não ser muita coisa, mas para alguém na minha idade, com família, é muito tempo perdido".

O músico diz que a situação só não é pior porque, felizmente, a esposa que atua como professora, conseguiu se manter empregada no período. Mas, apesar do esforço da família em reduzir drasticamente os gastos, muitos boletos estão em atraso.

Em janeiro, ele conseguiu ser contemplado no programa da Lei Aldir Blanc. E, mais recentemente, foi aprovado para o auxílio de R$ 1 mil, pago em duas parcelas de R$ 500, dado pelo Estado para os profissionais do setor de eventos. "O que já é um alívio. Me sinto vivendo um mês de cada vez", lamenta.

Além do impacto na renda, há ainda os outros danos. "Sei que apesar de tudo ainda posso me considerar privilegiado por ter conseguido essa ajuda, quando muitos não têm. Mas o que mais me derruba é o fato de não poder trabalhar, não produzir, isso mexe muito com a estima, com tudo na nossa vida", desabafa.

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