Em meio à CPI da Covid-19 no Senado e à discussão sobre projeto que abre caminho para a privatização da Eletrobrás na Câmara, o debate sobre o voto impresso auditável também observado com olhares atentos no Congresso Nacional. A questão divide opiniões.
O vice-líder da minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE) defende a manutenção do atual sistema eleitoral brasileiro. "O voto é transparente e não há possibilidade de adulteração do resultado. Pelo contrário, a urna eletrônica inibiu adulterações no voto em papel", destaca.
Segundo o parlamentar, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), um dos maiores defensores do voto impresso, está "criando factóides" para questionar a legitimidade do processo eleitoral de 2022.
"É artimanha. Ele (Bolsonaro) sabe que vai perder a eleição e quer criar instrumentos para questionar o resultado", projeta Guimarães, acrescentando que foi no voto eletrônico que Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma e Bolsonaro foram eleitos. "Evidentemente se o Congresso aprovar, tudo bem, mas não vejo necessidade desse investimento em tempos de pandemia".
Já o deputado federal Heitor Freire (PSL-CE) aponta que o voto impresso auditável garante "mais segurança nos resultados das eleições". Questionado se há retrocesso ao optar pelo uso do papel, Freire defende que essa é a "narrativa que querem enfiar para a população goela abaixo". "Qual o problema em auditarmos o resultado das votações? É uma garantia a mais para o eleitor e para o candidato", defende.
Sobre a viabilidade da instalação do modelo já para o pleito de 2022, o parlamentar cearense diz acreditar que "com empenho, a gente pode conseguir sim". Vale ressaltar que restam cerca de quatro meses para o fim do prazo estabelecido na Constituição para alterar a legislação referente ao pleito de 2022. (Vítor Magalhães)