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Participação de cearenses na CPI: como tem sido a atuação de Tasso, Girão e Mayra
Reportagem

Participação de cearenses na CPI: como tem sido a atuação de Tasso, Girão e Mayra

Balanço de um mês de trabalhos dos senadores no inquérito
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Senador Eduardo Girão promete apresentar relatório paralelo ao da CPI da Covid (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado Senador Eduardo Girão promete apresentar relatório paralelo ao da CPI da Covid

O primeiro mês de depoimentos de CPI da Covid não registrou apenas as participações dos senadores Tasso Jereissati (PSDB) e Eduardo Girão (Podemos), titulares da comissão, mas também da secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro.

A médica depôs à CPI no dia 25 de maio. Protegida por habeas corpus que lhe permitia silenciar sobre questões relacionadas à crise sanitária de Manaus, respondeu a todas as perguntas. Defendeu a cloroquina contra a Covid e blindou o presidente Jair Bolsonaro. Entre bolsonaristas, o desempenho de Mayra foi elogiado - até pelo próprio chefe do Executivo. Para ela, no entanto, a sessão foi tumultuada e incivilizada.

Ao O POVO, a secretária afirma que houve desrespeito na CPI, mas um "desrespeito seletivo" e "somente direcionado a mulheres que pensam diferente de alguns senadores".

"Essa CPI se transformou num tribunal de humilhação", diz Mayra, "em que mulheres são desrespeitadas e impedidas de concluir as respostas às perguntas formuladas por seus inquisidores".

Segundo ela, "trata-se de um autêntico 'tribunal misógino', machista, cuja marca é calar a voz feminina, por meio de um procedimento torpe conhecido mundialmente como "manterrupting".

Um dos autores dos requerimentos que criaram a CPI, Eduardo Girão também se queixa do andamento da comissão nesses 30 dias de um total de 90 previstos.

"Antes de começar, a CPI já estava com o relatório pronto, indicando culpados e inocentes, indício de escandalosa parcialidade", critica o senador, acrescentando: "A comissão não tem ainda um plano de trabalho que contemple os dois requerimentos que deram origem à CPI".

Girão considera que "a cúpula da CPI e o grupo majoritário têm feito da comissão um palanque político, de forma ditatorial, fazem o que querem".

Já o senador Tasso Jereissati tem procurado apontar as eventuais falhas do governo no combate à pandemia, principalmente em relação ao isolamento social, quando protagonizou embate com o ministro Marcelo Queiroga.

 

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