A jovem Maria Luiza Marques, ou Malu como prefere ser chamada, tinha 14 anos quando a Alemanha venceu a Copa do Mundo no Brasil, com direito a um sonoro 7 a 1 nos anfitriões. De lá para cá, o interesse por aquele país europeu só cresceu, primeiro por meio do esporte, depois também pela cultura. No ano passado, ela descobriu um meio de realizar o sonho de ter uma experiência em terras alemãs, por meio de um intercâmbio na modalidade 'au pair'.

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"É uma troca cultural, no qual você sai do seu país para morar em outro, na casa de uma família (Gastfamilie) anfitriã para conviver com elas e trabalhar como babá, por exemplo. Cada país, tem regras diferentes. Na Alemanha, você precisa ter entre 18 e 27 anos para fazer um contrato com uma família. Lá só pode trabalhar 30 horas semanais", conta a estudante de Letras (Espanhol) e de Alemão que diz estar aberta à possibilidade de continuar vivendo na Europa, após o fim do contrato. O grande problema é que, assim como outras nações do continente, a Alemanha também impôs restrições rígidas a pessoas vindas do Brasil.

"Meu passaporte está retido no consulado em Recife há cinco meses. Isso aconteceu porque quando eu fechei o 'match' (acordo, contrato) com minha Gastfamilie em dezembro, eles se negaram a marcar o agendamento, fizeram exigências que nenhum consulado estava fazendo e só agendaram em 5 de fevereiro, pouco mais de uma semana depois que o governo alemão barrou o acesso aos brasileiros", lamenta Malu que tem se mobilizado junto a outros grupos de trabalhadores e estudantes impedidos de entrar na Europa.