Com juros subindo, estoque à pronta entrega baixando e imóveis novos mais caros, não há outro caminho ao cliente a não ser pesquisar e fazer contas. É o que orienta a advogada e especialista em financiamento imobiliário, Daniele Akamine.

"O que a gente orienta é que apesar da janela estar fechando não adianta querer se apressar para comprar um imóvel a qualquer custo e trocar os pés pelas mãos. Tem que saber se é momento para essa aquisição, se organizar financeiramente, ver se a renda tem condições de absorver o financiamento".

Também orienta estudar bem as modalidades de crédito para ver a que melhor se adequa ao seu caso. Neste cenário em que a inflação também está alta - acumulado em 12 meses do IPCA estava em 8,35% em junho - o ideal é fugir daqueles financiamentos que tem parte do cálculo variável. "Quem adquiriu imóveis com parcelas corrigidas pelo IPCA já está sentindo os efeitos. Teve gente que contratou com uma taxa baixa, de 4,25% mais correção pelo IPCA, e hoje está pagando bem mais. A esses, a orientação é buscar a portabilidade o quanto antes para que consiga uma taxa de juros um pouco melhor".

O consultor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Eduardo Zylberstajn, ressalta também que não adianta olhar somente para o preço. "Um dos principais fatores a ser considerado é o tempo que pretende permanecer no imóvel. Se atende às necessidades em um horizonte maior. Comprar pensando em ficar um, dois anos é um período muito curto para amortizar os custos da transação imobiliária, que vai além do financiamento, tem impostos, cartório, mudança, muita coisa".