Com 1800 metros de área construída e capacidade de distribuição de aproximadamente 20 mil toneladas de produtos por mês, o novo Centro de Distribuição da Votorantim Cimentos, em Juazeiro do Norte, é a primeira unidade a ser operada somente por mulheres. Um marco no programa de inclusão e diversidade que começou a ser trabalhado de forma mais intensa nos últimos dois anos.
Bruna Perpétuo, gerente geral de Gente no Brasil da Votorantim Cimentos, explica que uma das metas previstas pela empresa em seus Compromissos de Sustentabilidade é atingir 30% de mulheres em posições de liderança no Brasil até 2030.
Em 2018, o percentual de mulheres contratadas pela empresa representava 13% do total de empregados e, em 2020, representou 15% do total de empregados da empresa. No primeiro semestre de 2021, a empresa já registrou crescimento de 221% na contratação de mulheres comparado ao mesmo período do ano passado, chegando a mais de 1.448 profissionais mulheres na equipe.
Dentro das novas contratações, 202 posições foram ocupadas por mulheres para atuarem em áreas operacionais da companhia. No Nordeste o crescimento foi de 3,5%.
Para isso, a empresa tem investido tanto em iniciativas de entrada (em como contratar e atrair mulheres), adaptações estruturais, para tornar o ambiente industrial mais ergonômico para elas, mas também no fortalecimento de uma cultura mais inclusiva dentro da empresa.
Para esse CD em Juazeiro, por exemplo, foi feito previamente toda uma campanha junto aos caminhoneiros que irão buscar cargas na unidade para conscientizá-los a tratar as profissionais com respeito e igualdade.
Bruna explica que, pela própria especificidade da área de atuação da empresa, que historicamente, foi ocupada majoritariamente por homens, nem sempre é fácil conseguir mão de obra qualificada feminina. Por isso, uma das frentes do programa tem sido justamente em fazer parcerias com entidades como Senai e prefeituras municipais para oferecer ao mercado esse tipo de qualificação.
"A gente tem mais oferta masculina por causa do tipo de indústria que a gente atua. Não tem muitas mulheres, por exemplo, que operam empilhadeira. Se olhar percentualmente, dificilmente, vamos encontrar um número expressivo de mulheres nesse setor. Então, a gente tem programas de formação 100% para mulheres e que sejam da comunidade, isso é importante, para poder trabalhar com a gente na competência que precisamos".
Karlla Rodrigues foi contratada há cerca de um mês e meio como operadora de empilhadeira e será uma das três funcionárias do novo CD de Juazeiro. Além dela, há também uma supervisora e uma operadora logística.
Ela decidiu se qualificar nesta área há quase quatro anos, incentivada pelo marido que também exerce a profissão. Trabalhou em outros lugares antes, mas conta que, embora o fato de atuar em uma área majoritariamente masculina nunca a tenha intimidado, a nova experiência profissional, ao lado apenas de mulheres, tem sido bem gratificante. "Muda bastante, principalmente, aqui na Votorantim a gente sente que tem mais voz. Estar em um time só de mulheres, a gente sente mais segurança e fica mais à vontade para falar e ser ouvida".
O aumento da presença feminina também se dá nas esferas mais altas de decisão da companhia. Em fevereiro deste ano, a economista Clarissa Lins passou a fazer parte do Conselho de Administração da Votorantim Cimentos.