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Bate Pronto com Cid Alves: Trégua em defesa do sustento dos trabalhadores da feira
Reportagem

Bate Pronto com Cid Alves: Trégua em defesa do sustento dos trabalhadores da feira

Cid Alves é presidente do Sindlojas e vice-presidente da Fecomércio-CE
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Cid Alves, presidente do Sindilojas (Foto: O POVO)
Foto: O POVO Cid Alves, presidente do Sindilojas

O POVO - Os empresários do comércio continuam com a demanda de reordenamento para solucionar o problema de sonegação dos informais na região da José Avelino?

Cid - Continuam. Mas neste momento é preciso que o setor público entenda que as pessoas que estão desorganizadas somente estão lá para sustentar suas famílias. Nós não representamos os informais, nem defendemos a ocupação irregular do espaço público, mas sustentar as famílias se sobrepõe ao direito neste momento de pandemia que ainda vivemos.

OP - Podemos entender como uma mudança de postura dos empresários formais ante a situação no local, que teve até morte de feirante?

Cid - Não mudou a forma como vemos os informais. Mas precisamos dar espaço para que as famílias se mantenham. A informalidade não é problema para nós, pois o maior problema é a remuneração das famílias. O Governo Federal encerra já o pagamento do auxílio emergencial, que garante o mínimo para as pessoas. Sou contra a feira da José Avelino em condições normais, pois sou a favor dos formais, que alugam o ponto, pagam ICMS, IPTU, funcionários.

OP - Em meio à desorganização da feira na José Avelino, há denúncia e investigação em andamento sobre o caso de empreendedores formais que aproveitam o espaço para vender produtos...

Cid - O que é de se entender é que independentemente do bairro ou condição de MEI, micro ou pequeno, ali se tornou um polo. O dinheiro trocando de mãos, girando a economia. Sabemos que existe sonegação, diferentemente da Monsenhor Tabosa, que paga tudo certinho. Entendo que o momento de reordenar não é esse. O momento adequado é quando estivermos sem pandemia, mas enquanto não normalizamos, vacinamos todos, que não se mexa com quem está precisando sustentar suas famílias. Mas continuamos defendendo os interesses dos formais. Não se deve agir racionalmente com aquele pessoal, mantendo o rigor da legalidade, tirando dali pela nossa racionalidade, pelo menos não neste momento.

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