Quando o Brasil alcançar a estabilidade de casos e a cobertura vacinal recomendadas pelos especialistas, o ideal é que exista uma flexibilização gradual no uso da máscara. Ou seja, primeiro o equipamento de proteção deixaria de ser obrigatório em ambientes abertos, como parques, praias e jardins. Por outro lado, em escritórios, supermercados e transportes públicos, por exemplo, ainda será necessário usar máscara.
Em Israel, um dos primeiros a desobrigar máscaras no mundo, o governo reinstituiu o uso obrigatório em ambientes internos e avalia impor mais restrições por causa da variante Delta.
Nos Estados Unidos, em agosto, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) mudou as diretrizes e passou a recomendar a todos, independentemente do status de vacinação, o uso de máscaras em focos da pandemia. Estados do Sul, como Louisiana e Nevada, ordenaram que quase todos, vacinados ou não, voltassem a usar máscaras em todos os locais públicos fechados, incluindo escolas e faculdades.
Para a epidemiologista Caroline Gurgel Florêncio, da Famed da UFC, o uso da máscara deveria ser incorporado no dia a dia de forma permanente para proteção contra vírus respiratórios. "Penso que se as pessoas usassem máscara de forma rotineira nas suas vidas, a gente não teria chegado ao ponto em que nós chegamos (em relação à pandemia de Covid-19)", avalia.
A virologista Giliane Trindade, da UFMG, acrescenta ainda que "sempre haverá tendência de surto do novo coronavírus" e por isso será necessário usar máscara pontualmente, quando novos surtos locais eclodirem. "O vírus não vai desaparecer e tem um contingente de pessoas que vão nascer e alimentar essa cadeia de transmissão", aponta.