A variante Delta, identificada na Índia, causa preocupação entre os especialistas pelo alto potencial de transmissão. "A gente vai ter essa terceira onda, ela já está começando", comenta Eduardo Ruback, da Fiocruz Ceará, afirmando que a nova cepa vem se sobrepondo rapidamente à variante Gama, originária em Manaus.
No estado do Rio de Janeiro, a Delta já é predominante, o que levou a capital carioca a suspender o plano de flexibilização das atividades, que começaria a vigorar em 2 de setembro. No Ceará, até o fim de agosto eram 96 casos confirmados da variante Delta, segundo a última atualização da Secretaria de Saúde (Sesa).
Nos próximos dias devem sair resultados de novas amostras de sequenciamento no Estado. Cada rodada de sequenciamento custa R$ 16 mil e reúne 100 amostras, levando cerca de oito dias para ficar pronta.
Segundo Eduardo, enquanto uma pessoa infectada com a variante Gama poderia passar a Covid-19 para até quatro indivíduos, esse número pode chegar a oito, no caso da Delta. Para o pesquisador, o maior risco é de que uma nova variante seja originada, tendo em vista o avanço lento da vacinação no Brasil. "Esse é o perigo, de repente surge uma variante mais agressiva e pode virar uma terceira onda muito mais forte", comenta.