O servidor público Israel Bernardino, 30 anos, fez dos aplicativos de transporte o seu principal meio de transitar por Fortaleza. Usa em, pelo menos, seis dos sete dias da semana, para ir ao trabalho ou sair à noite. Mas não anda muito satisfeito com a qualidade do serviço.
Ele conta que, nos últimos meses, em razão dos cancelamentos constantes e da dificuldade em achar motorista disponível, o trajeto para o trabalho que costumava fazer, em média, em 15 minutos, é feito, muitas vezes, no dobro do tempo. O que já fez com que chegasse atrasado em alguns compromissos.
"Já tive situações em que foram sete ou oito cancelamentos em uma única corrida. De noite e aos domingos é quando o atendimento fica mais complicado."
Mas essa não é a única queixa. Israel, que começou a usar os aplicativos tão logo a novidade chegou em Fortaleza, em 2016, afirma que muita coisa mudou desde então, principalmente, em relação ao atendimento durante a viagem.
"A qualidade em si caiu muito. Logo, no início, fiz uma corrida em que o motorista tinha até um cooler oferecendo cerveja Heineken. Hoje, na maioria das vezes, o motorista não dá nem bom dia."
A jornalista Joseanne Nery também engrossa o coro dos descontentes. "Mudou muito, no começo era muito mais fácil e rápido conseguir uma corrida, tinha água, bombom, agora, para conseguir um motorista é uma dificuldade".
Ela relata que já teve de esperar 30 minutos para conseguir uma viagem. "Está demorando mais, mesmo quando estou em bairros considerados mais nobres, onde, em tese, a oferta é maior."
Apesar das dificuldades, no entanto, ela ainda considera o serviço mais viável do que pegar um ônibus ou um táxi, por exemplo. "Tenho repensado, mas não tem muita opção, principalmente, se você estiver apressado para chegar em um lugar. O custo benefício ainda é maior."