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PIX: maioria dos crimes não tem caráter tecnológico
Reportagem

PIX: maioria dos crimes não tem caráter tecnológico

Engenharia social. Senhas e acessos
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Criado como uma das principais soluções do mercado bancário brasileiro, o PIX virou alvo de crimes por todo o País e, para tentar diminuir os riscos, o Banco Central (BC) adotou medidas que, de certa forma, reduzem as vantagens anunciadas incialmente - como limite de valor e horário das transferências. Para o professor Guilherme Aquino, membro do Centro de Segurança Cibernética do Instituto Nacional de Telecomunicações (CxSC/Inatel), avalia que as medidas não têm caráter de um contra-ataque tecnológico, mas visam justamente proteger o usuário contra o comportamento dele próprio.

"Os gaps (falhas) que observamos em relação ao PIX são golpes que a gente chama de engenharia social. É igual bilhete premiado. Então, o golpe não está tanto na tecnologia, mas na pessoa que está usando. Ela que está escolhendo senha fraca ou passou o dado para algum golpista", analisa.

Ou seja, de acordo com o professor, é o comportamento do usuário do PIX que favorece os golpes - a não ser, lógico, nos casos de sequestro de pessoas, como vêm acontecendo em algumas partes do País.

Para evitar ser alvo de fraudes, é preciso fortalecer senhas, não clicar em links maliciosos e, principalmente, proteger o celular contra ataques semelhantes ou de furtos (conferir lista completa no info ao lado).

Sobre como investigar os roubos depois de feitos, Aquino diz acreditar que não haja dificuldade, a não ser pelo sigilo bancário, que impede de fazer o rastreio. "Mas, dada a prova do crime, acredito o Banco Central consegue rastrear essas transações", afirmou.

No entanto, quando o assunto são os recursos tecnológicos de que dispõem alguns desses golpistas, o professor aponta para o uso de laranjas e a transferência do dinheiro roubado para inúmeras contas, dificultando o rastreio. Mas nada que seja impossível.

"Os mecanismos de segurança presentes no PIX e nos demais meios de pagamento não são capazes de eliminar por completo a exposição de seus usuários a riscos, mas com o trabalho conjunto do Banco Central, das instituições reguladas, das forças de segurança pública e dos próprios usuários, será possível mitigar ainda mais a ocorrência de perdas", enfatizou o BC em nota, após a divulgação das medidas.

 

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