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Na atual crise, governo segue caminho contrário ao do resto do mundo
Reportagem

Na atual crise, governo segue caminho contrário ao do resto do mundo

Sem políticas.
Edição Impressa
Tipo Notícia

Pacotes de incentivo para recuperação econômica, uso do estado para aumentar demanda e discussão sobre uma reforma tributária menos regressiva e que tribute os mais ricos. Estas são ações que a economista com doutorado pela Université de Paris X e professora da Universidade de Brasília (UnB), Maria de Lourdes Mollo, cobra da equipe econômica do Brasil.

Segundo ela, é inconcebível que numa crise como a atual, em que há uma escalada da miséria, as discussões sobre a reforma tributária estejam praticamente paradas e o que avançou se tornou os impostos mais regressivos. "Como não foram reduzidos os impostos indiretos sobre os alimentos num momento em que temos pessoas passando fome?", questiona.

Mollo ainda aponta como erro crucial do Governo a falta de ações que sanassem a economia e aumentassem a demanda, nem que as obras fossem repassadas à iniciativa privada posteriormente. "É uma irresponsabilidade enorme do Executivo e Legislativo, enquanto as pessoas passam fome. Essa não é a hora da austeridade para fechar a conta. Os mais vulneráveis não podem pagar essa conta."

"Quantos governos no mundo estão mudando essa ideia, pelo menos no período de recuperação da economia, aumentando sua participação para depois repassar para iniciativa privada. Aqui fazemos o contrário, não há expectativa de rendimento, pois não há investimentos. Seria preciso aumentar a demanda massivamente, para animar a iniciativa privada", avalia.

 

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