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Primeiro dia de pagamento é marcado por filas e dúvidas dos beneficiários
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Primeiro dia de pagamento é marcado por filas e dúvidas dos beneficiários

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ELIZABETH Barbosa diz ter recebido menos dinheiro (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita ELIZABETH Barbosa diz ter recebido menos dinheiro

As primeiras horas da manhã desta quarta-feira, 17, foram de intensa movimentação nas agências da Caixa Econômica Federal de Fortaleza. Com o início do pagamento do Auxílio Brasil, programa que veio para substituir o Bolsa Família, muitas pessoas chegaram cedo às agências bancárias.

Por volta das 10 da manhã, O POVO constatou que a movimentação na agência da Caixa Econômica Federal, localizada na av. Francisco Sá, já era baixa. O fluxo intenso foi durante as primeiras horas da manhã, e o metalúrgico Paulo Sérgio, 47, optou por ir mais tarde até o local.

"Aqui, geralmente, sempre tem uma fila enorme. Começa muito cedo, mas eles sempre fazem uma organização para receber o pessoal. Vim nesse horário sabendo que era mais tranquilo", relata o metalúrgico, que disse não ter problemas com o seu CadÚnico, registro necessário para receber o benefício do programa.

Em outro ponto da cidade, no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da Barra do Ceará, as primeiras horas da manhã também apresentaram grande movimentação. Atualmente, mais de cem atendimentos estão sendo realizados todos os dias, das 8h às 12h e de 13h até 17h, de segunda-feira a sexta-feira.

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Segundo O POVO apurou, cerca de 2.500 pessoas foram atendidas durante o mês de outubro, no Cras da Barra do Ceará, em busca de regularizar ou realizar a inscrição no CadÚnico, além de tirar dúvidas. A maioria das pessoas que vai até o local não recebia o Bolsa Família e está em busca do novo auxílio.

"Eu ainda não tenho cadastro. Preciso ajeitar esse CadÚnico pra tentar esse Auxílio Brasil, que ajudaria muito", explica Maria Lúcia Solto, 69.

Questionada sobre como consegue equilibrar as economias e garantir o mínimo necessário para dentro de casa, responde que busca se adaptar ao "período difícil".

"Só me virando mesmo. Um dia como um ovinho, no outro como uma salsicha", comenta. Antônio Solto, 70, marido de Maria Lúcia, conta que o dinheiro do auxílio traria mais tranquilidade. "Já seria uma ajuda pro gás ou pra luz, quem sabe até na feira de casa", comenta.

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Pessoas que ainda buscam realizar a inscrição no CadÚnico ainda não possuem garantias de quando passarão a receber o auxílio oferecido pelo Governo Federal. Para este mês de novembro, o auxílio será pago apenas para quem já era beneficiário do Bolsa Família.

Entretanto, quem já possuía CadÚnico e já recebia o Bolsa Família reclama do valor recebido neste primeiro dia de pagamento do Auxílio Brasil.

"Eu recebia R$ 150. Chegando lá, tive a maior decepção da minha vida, recebi só R$ 102. Resumindo, você compra mais um pouco de coisa pra casa achando que vai receber o dinheiro e não recebe", desabafa Elizabeth Barbosa, 64.

O mesmo aconteceu com Cristina Barbosa, 40. Desempregada, ela alega que já não sabe o que fazer para conseguir sobreviver com a redução do benefício que recebia.

"Eu recebi R$ 170, nada mais do que isso. Esse valor é uma miséria, não dá pra fazer nada. A gente que tem filho pequeno tem que pagar o leite ea alimentação, como faz?", questiona.

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