O Réveillon 2022 no Ceará não terá "grandes festas". Proibição foi anunciada pelo governador Camilo Santana (PT) e pelo titular da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Marcus Gadelha, em transmissão ao vivo na tarde dessa sexta-feira, 26. Segundo o chefe do executivo estadual, restrições sanitárias devem "seguir no mesmo rumo" com relação ao Carnaval. Quanto ao Ano Novo, festas em locais abertos deverão ter no máximo cinco mil pessoas e em ambientes fechados, 2.500. Medidas serão válidas a partir de 16 de dezembro.
As decisões foram tomadas em reunião do Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia, que delibera acerca das medidas sanitárias no Ceará, realizada na manhã de ontem e que teve duração de aproximadamente três horas. "Em relação aos grandes eventos, estarão proibidos em todo o Estado. Foi uma decisão unânime do comitê diante desses números de casos que estão surgindo no mundo inteiro", justificou.
Deliberação foi feita "por absoluta prudência, responsabilidade e respeito de forma prioritária à vida dos nossos irmãos e irmãs cearenses". Segundo Camilo, estabelecimentos que ainda estão sob restrições de capacidade como academias, cinemas e teatros poderão ampliar o funcionamento para 100% da capacidade desde que passem a exigir o passaporte de vacinação acompanhado de documento com foto.
"Sobre o Carnaval, deveremos seguir no mesmo rumo mas isso será discutido posteriormente pelo comitê", adiantou, frisando que a decisão será tomada de forma dialogada com os diversos setores do Estado.
No último domingo, 21, o governador havia se posicionado contra a realização festas de Réveillon e Carnaval "neste momento". Na quarta-feira, 24, o secretário Marcos Gadelha também posicionou-se contrário à realização desses eventos.
Na ocasião, o secretário afirmou, também, que não há perspectiva para se retirar a obrigatoriedade do uso de máscara de proteção contra a Covid-19 no Estado. Conforme o titular da Sesa, a manutenção de protocolos sanitários, como o uso de máscara, bem como a ampliação da cobertura vacinal são os dois pilares essenciais para evitar um novo aumento de indicadores no Ceará.
Em 2020, o Réveillon no Aterro da Praia de Iracema, na Capital, reuniu mais de 1,2 milhão de pessoas. Foram 18 atrações e 12 minutos de queima de fogos. Já o Réveillon de 2021 em Fortaleza não contou com a tradicional queima de fogos. Algumas vias que dão acesso à Praia de Iracema foram bloqueadas para impedir que aglomerações se formassem no local.
Na madrugada dessa sexta, o prefeito de Sobral, Ivo Gomes, anunciou que a cidade não fará eventos públicos de Carnaval em 2022. Anteriormente, o gestor já havia decidido que não haverá festa de ano novo em Sobral, na passagem de 2021 para 2022. A Prefeitura de Fortim também anunciou nessa sexta que não realizará as festas de Réveillon e Carnaval.
Segundo o secretário, após a determinação para cobrança do passaporte da vacina houve aumento da procura pela imunização. "Além de que a população tem se mostrado favorável à cobrança do passaporte. Isso é muito importante", afirmou. O governador frisou que os números de casos mostram a prevalência de sintomas leves nos casos de pessoas vacinadas que contraem o vírus.
"A grande maioria das pessoas que estão precisando de internação, seja em leito de enfermaria ou em leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) são pessoas que não se vacinaram ou não tomaram as doses completas contra a Covid-19. Isso mostra a eficiência, eficácia da vacina", afirmou.
Camilo citou ainda a preocupação pela nova variante identificada primeiramente na África — denominada Ômicron pela Organização Mundial da Saúde (OMS) — que tem preocupado especialistas. "É bom lembrar que sempre o crescimento da Covid-19 começa dos países da Europa e depois vai se espalhando para o mundo. Então, temos que estar em alerta para o cenário mundial", frisou.
Outro fator de preocupação citado por Camilo foi a identificação de aumento da positividade nos testes de diagnóstico do vírus em alguns municípios de regiões do Ceará. "Estamos acompanhando isso há algumas semanas com muita prudência", disse o governador.
Gadelha destacou que esse aumento de positividade lembra que o vírus ainda circula pelo Estado. "Se ainda existe circulação do vírus, deve aumentar mais ainda a preocupação da gente em aumentar a cobertura vacinal e de as pessoas cumprirem os protocolos", alertou.