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Efeito Dubai: Por que os novos edifícios buscam essa magnitude?
Reportagem

Efeito Dubai: Por que os novos edifícios buscam essa magnitude?

Projetos.
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Muito luxo e extravagância aliado a inovação, conforto e design diferenciado. Os novos edifícios de altíssimo padrão tem projetos que revolucionam pela sua magnitude.

Pensar neste tipo de projeto é função de Daniel Arruda, um dos arquitetos mais requisitados no mercado imobiliário e, à frente do Escritório Daniel Arruda Arquitetura, assina alguns dos projetos de "arranha-céus" cearenses. Ele destaca que o futuro do mercado é de prédios mais altos, com ganho em vista e ventilação para os moradores e visitantes.

Daniel destaca que essa demanda por prédios mais altos, se aproveitando da Outorga Onerosa iniciou no alto padrão, mas a tendência é que se expanda. "Estamos vendo que já existem projetos de empreendimentos de apartamentos compactos, de hotéis e até prédios comerciais utilizando o artifício de prédios de grandes alturas", afirma.

No Brasil, o grande projeto no que se refere à quantidade de andares fica localizado em Balneário Camboriú-SC. É o One Tower, que possui 290 metros de altura e 84 andares, e está com obras avançadas. A previsão de entrega é para 2022 e o investimento é de R$ 500 milhões.

Essa liderança deve ser batida pouco tempo depois, já se planeja a construção de outro edifício que terá aproximadamente 300 metros de altura e 135 andares. Também localizado em Balneário Camboriú, o projeto está em fase de regulamentação.

Por falar nesta cidade catarinense, ela é extravagante quando o assunto é a altura de seus prédios. Dos 15 edifícios mais altos do País, sete já estão localizados lá, segundo levantamento com base em dados do Skyscraper Center, da ONG internacional Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano. O Infinity Coast Tower, inaugurado em 2019, é o edifício mais alto do País, com 234 metros de altura e 66 andares. O prédio residencial tem ao todo 115 apartamentos que variam entre 155 m² e 600 m² e o preço médio passa dos R$ 5 milhões.

Bruno Melo Braga, professor professor de Projeto Arquitetônico do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC) e ex-membro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Ceará (CAU-CE) traz um contraponto. Destaca-se que esse "Efeito Dubai" com tanto luxo e extravagância faz parte muito mais de uma estratégia comercial do que arquitetônica.

Sobre empreendimentos de luxo sendo lançados, Bruno acha que há um problema que está para além da arquitetura e que estão ligados à missão social. O professor elenca questões que considera urgentes de discussão, como pensar espaços mais sustentáveis, sanar déficits habitacionais cada vez maiores e prover a cidade de infraestrutura básica e espaços públicos de qualidade."São empreendimentos cada vez mais luxuosos, num descompasso da realidade dos problemas sociais".

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