Quando a pandemia chegou, no início de 2020, a expectativa dos corretores de imóveis era que o mercado estagnaria. Se olhasse para o mercado de alto padrão, as perspectivas seriam piores ainda, já que a oferta de imóveis com essa características estava com baixo estoque. Passado pouco mais de um ano e meio, o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Ceará (CRECI-CE), Tibério Benevides, diz que o cenário agora é outro.
"A tendência é que continue a aumentar, os imóveis tiveram uma valorização muito boa, pois estávamos com baixo estoque em Fortaleza nesse segmento de alto luxo, mas começou a vender muito bem, especialmente neste período de pandemia", destaca.
Segundo Tibério, o mercado de alto e altíssimo luxo avançou muito em Fortaleza, e é concentrado em Meireles, Aldeota, Cocó e Patriolino Ribeiro.
O perfil médio dos compradores desses imóveis é composto de investidores, que são chamados cotistas, pessoas recém-casados que estão expandindo a família e tiveram ascensão econômica. O mercado não tem sido aquecido com estrangeiros, como era frequência em anos anteriores.
Mesmo com cenário macroeconômico aspirando cuidados, as grandes incorporadoras fazem os cálculos de planejamento para 2022. Exemplo disso é a Moura Dubeux, que planeja iniciar o ano de forma acelerada. Segundo seu CEO, Diego Villar, existe a ideia de realizar R$ 2 bilhões em vendas na sua área de atuação, mesmo com Selic e inflação em alta.
Durante participação no webinar "Perspectivas da Incorporação Imobiliária no Nordeste", promovido pela Associação Brasileira de Incorporadores Imobiliários e Brain Inteligência. Diego enfatizou que a Moura Dubeux está planejando seus passos com base em informações de dados e empíricas do mercado.
"Mesmo com recorde de vendas por mês, como foi o caso de junho, quando tivemos mais de R$ 215 milhões em vendas, ainda percebemos que o mercado segue demandando. E em diversos segmentos. Atuamos desde o produto de entrada até o alto luxo. É um mercado de A a Z vendendo bem, ainda aproveitando a tendência que ainda não acabou de vendas de segunda residência e imóveis de praia", observa.