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O lado dos estudantes: apreensão e espera por mais informações
Reportagem

O lado dos estudantes: apreensão e espera por mais informações

Adolescentes. Expectativa
Edição Impressa
Tipo Notícia

Aos 15 anos, Melina de Queiroz está prestes a entrar no Ensino Médio. Estudante do Colégio Adventista de Fortaleza, ela tem interesse em cursar Psicologia ou Jornalismo e escolheu seguir pelo itinerário de Ciências Humanas. "Acho interessante que possamos ter mais contato com as áreas que temos mais afinidade, mas estou apreensiva por não ter certeza da minha escolha sobre o que eu quero cursar. Ao menos, a gente pode mudar a cada semestre", pondera.

A apreensão acontece também pelas dúvidas sobre como o novo modelo funcionará. "Estou meio ansioso para ver como vai ser a dinâmica de aula, divisão de turmas e salas, tempo de aula... Mas eu também tenho um certo receio por conta de isso não ter acontecido antes", aponta Samuel Levi, que tem 14 anos e é colega de Melina. "Tenho uma irmã de 19 anos e, em muitas ocasiões escolares, uso ela como exemplo a ser seguido. Não vai dar para fazer isso por conta que ela não vivenciou o Novo Ensino Médio."

Perspectivas para a entrada na universidade e as chances de um bom desempenho nos vestibulares são outra inquietação. "O Enem engloba todas as matérias, mas como que eles vão botar todas as matérias para as pessoas que só estudaram algumas e deixaram outras 'de lado'?", questiona Samuel, que pretende ser engenheiro e escolheu o itinerário de Ciências Biológicas. "Acho que vai 'atrasar' algumas pessoas nas matérias que elas não desejaram e isso pode atrapalhar bastante."

Entretanto, nem todos os jovens foram informados sobre como e quais serão as novidades do ensino em 2022. A fortalezense Ana Júlia da Silva, tem 15 anos e estuda no Colégio Humanista, que também faz parte da rede particular. "Estou ciente de algumas mudanças e me interessei na parte em que os alunos podem escolher parte das matérias que vão estudar", afirma vagamente, acrescentando que até o momento não foram apresentadas escolhas. "Estou bastante ansiosa, vai ser uma coisa nova pra mim, espero me adaptar bem rápido."

Para José Cauã, aluno da escola estadual Hilza Diogo, a entrada no Ensino Médio neste ano seria marcada principalmente pela possibilidade de uma 4ª série. "O que achei interessante nesse novo ano letivo é o fato de ajudar pessoas que não estão completamente seguras para fazerem o vestibular", afirma. "Isso foi o que mais chamou minha atenção. Contanto que não seja algo obrigatório." O ano adicional foi discutido em 2020 e 2021 diante das deficiências evidenciadas pela pandemia de Covid-19, entretanto não será adotado no Ceará.

 

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