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Dia do Ceará: Retratos de um Ceará que não existe mais
Reportagem

Dia do Ceará: Retratos de um Ceará que não existe mais

Na data em que se comemora o Dia do Ceará, O POVO traz registros da transformação da paisagem entre as últimas décadas do século XIX e as primeiras do século XX
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Praça do Ferreira, 29 de março de 1934 (Foto: Escola de Aviação Militar / Museu Aeroespacial / Biblioteca Nacional)
Foto: Escola de Aviação Militar / Museu Aeroespacial / Biblioteca Nacional Praça do Ferreira, 29 de março de 1934

Um século é tempo bastante para a paisagem se transformar a ponto de ficar irreconhecível. OP buscou registros fotográficos históricos, que mostram imagens do Ceará desde as últimas décadas do século XIX até o início do século XX, chegando até a década de 1930. Registros do fim da província e do surgimento do Estado. Um Ceará que não existe mais.

As imagens são parte do projeto Brasiliana Fotográfica, realizado pela Fundação Biblioteca Nacional em parceria com o Instituto Moreira Salles. Entre as fotos, imagens aéreas que revelam uma Fortaleza sem verticalização. Aspectos das antigas vilas de Messejana e Parangaba. Caminhos da atual Região Metropolitana, com cenas de Maranguape, Eusébio, o antigo Soure, atual Caucaia. Vê-se um estado que era ainda muito rural, com caminhos de terra e construções rudimentares, com espasmos de urbanização.

Em 17 de janeiro comemora-se o Dia do Ceará, alusão a quando a então província se emancipou, em 1799. O POVO registra a data com essa seleção de imagens que contam histórias.

 

Estrada do Soure, Ceará. Pontilhão de cimento armado no mangue. Começo do século XX
Estrada do Soure, Ceará. Pontilhão de cimento armado no mangue. Começo do século XX

Caucaia: antiga aldeia

Caucaia era uma aldeia indígena, que passou algum tempo sob administração dos jesuítas. No registro do que hoje é o maior município cearense depois da Capital, ponte que cruza área de mangue.

 

Cidade de Quixadá-1885-1909
Cidade de Quixadá-1885-1909

Sertão: a Freguesia de Quixadá

A paisagem do Sertão Central é uma das mais peculiares do território cearense. A Freguesia de Quixadá foi criada por lei provincial em 5 de novembro de 1869. O município foi criado em 27 de outubro de 1870, desmembrado de Quixeramobim.

 

Guaramiranga
Guaramiranga

Serra

Guaramiranga era habitada por indígenas. Depois, o café levou as fazendas e o início da urbanização. Ainda é o menor município do Ceará em população, embora a especulação imobiliária cause problemas ambientais. Na imagem turística, a bucólica cidade.

 

Maracanahu, 1919
Maracanahu, 1919

Maracanaú: antes de município

Maracanaú é hoje polo industrial e maior PIB depois da Capital. Na época, era parque do município de Maranguape. A emancipação ocorreu em 1983. Daí a curiosidade da localidade então grafada como Maracanahú.

 

Lagoa de Messejana, começo do século XX
Lagoa de Messejana, começo do século XX

Lagoa

Lagoa de Messejana é marco da geografia, dos costumes e até da literatura da Capital. Vista há mais de 100 anos, distante da agitação de um dos bairros mais populosos da cidade no século XXI.

 

Ponte do Jacarecanga, começo do século XX
Ponte do Jacarecanga, começo do século XX

A elite da Jacarecanga

Aspecto de Fortaleza nas primeiras décadas do século XX. Início da motorização. Carro sobre ponte no elegante bairro Jacarecanga.

 

Estrada de Porangaba, começo do século XX
Estrada de Porangaba, começo do século XX

Aldeias da Parangaba

A Parangaba, creditada nas imagens como Porangaba, e que também já foi Arronches, foi aldeia indígena e vila portuguesa, assim como Messejana, antes da anexação e transformação em distrito, até atual bairro da Capital.

 

Estrada de Maranguape, Siqueira, começo do século XX
Estrada de Maranguape, Siqueira, começo do século XX

Caminhos

A estrada é creditada como Maranguape - Siqueira. Siqueira é hoje bairro de Fortaleza, via de acesso ao município serrano. Na imagem, antigas construções que acompanham os caminhos das estradas de terra.

 

Estrada do Eusébio, começo do século XX
Estrada do Eusébio, começo do século XX

Crescimento

Eusébio cresceu e atraiu indústrias e moradores de Fortaleza, com condomínios de luxo. Tem robusta oferta de serviços. Há aproximadamente 100 anos, são vistas estradas de terra, de aspecto rural e distante da urbanização.

 

Vista Aérea do Colégio Militar de Fortaleza, 27 de abril de 1937
Vista Aérea do Colégio Militar de Fortaleza, 27 de abril de 1937

Fortaleza do alto

Imagens da Escola de Aviação Militar, do acervo do Museu Aeroespacial, foram feitas entre 1934 e 1937 e mostram aspectos diversos da Fortaleza de então. A imagem mais familiar é a Praça do Ferreira. Acima, o Colégio Militar de Fortaleza — e, por consequência, do início da região da Aldeota.

 

Flagelados da seca no Ceará, 1877-1879
Flagelados da seca no Ceará, 1877-1879

Brasil descobre o Ceará

Provavelmente as primeiras imagens do Ceará a percorrer o Brasil e a ganhar fama foram os registros da seca de 1877 a 1879, chamada Seca dos Três Setes. Foi uma das mais terríveis da história do Nordeste. O Ceará foi o local que mais sofreu.

 

Mulheres, crianças e trabalhadores da construção da estrada de ferro da Rede de Viação Cearense, de Fortaleza ao antigo ramal Itapipoca, hoje Ramal de João Filipe. no km 57. Fevereiro de 1920
Mulheres, crianças e trabalhadores da construção da estrada de ferro da Rede de Viação Cearense, de Fortaleza ao antigo ramal Itapipoca, hoje Ramal de João Filipe. no km 57. Fevereiro de 1920

Ferrovia

Familiares e trabalhadores da construção da estrada de ferro da Rede de Viação Cearense, de Fortaleza ao antigo ramal Itapipoca, hoje Ramal de João Filipe, no km 57. Foto de fevereiro de 1920.

 

Ginástica sueca na Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará, em 1917
Ginástica sueca na Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará, em 1917

Aprendizes marinheiros

Ginástica sueca praticada na Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará, em 1917. Aspecto do cotidiano de Fortaleza há mais de um século.

 

Dia do Ceará

Em 17 de janeiro de 1799, o Estado ganhou a emancipação de Pernambuco. Nessa data se comemora o Dia do Ceará.

 

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