O prognóstico climático referente ao trimestre fevereiro-abril, divulgado pela Funceme nesta quinta-feira, 20, foi o 24º desde o início da série histórica, em 1998. Entre 1999 e 2001, a publicação havia sido interrompida, mas retomou definitivamente em 2002, há 20 anos. Tradicionalmente, no início de cada ano, o estudo é aguardado com muita expectativa por quem tem a chuva como principal aliada para uma boa colheita nas pequenas lavouras, mantidas por agricultores familiares. A previsão também ajuda os gestores hídricos do Estado a definir as principais estratégias de abastecimento humano em todas as regiões.
Levantamento do O POVO mostra que, dos últimos dez prognósticos, os técnicos e pesquisadores da Funceme foram precisos em pelo menos oito. As previsões só não bateram totalmente com a realidade meteorológica em 2012 e 2018. No primeiro, o órgão apontava que havia maiores chances de chuvas dentro da média, mas o acumulado final ficou bem abaixo do esperado. Já no segundo, as maiores probabilidades eram de que as precipitações fossem acima do normal, mas, por uma pequena margem, o resultado ficou em torno da média.
A meteorologista Meiry Sakamoto destaca que a divulgação anual do prognóstico tem como missão principal ampliar o acesso a indicadores científicos para quem espera do céu a solução de problemas como a seca e a escassez hídrica nos reservatórios do Estado.
“É um estudo muito importante para alguns setores. Nessa época, é muito comum que agricultores me liguem perguntando se devem plantar, se não plantam, quando vai chover… então, esse tipo de informação ajuda principalmente quem vive dessas atividades. Mas também é importante para o pessoal dos recursos hídricos. No caso deles, o que importa não é nem tanto o volume acumulado, mas que as chuvas sejam concentradas, porque assim os reservatórios podem juntar mais água”, comenta a especialista.
No prognóstico deste ano, a Funceme contou com a colaboração de pesquisadores de outras 12 instituições, entre centros de meteorologia e instituições de ensino, incluindo a Universidade Federal do Ceará (UFC). Também participaram do estudo representantes de três organismos internacionais: o Karlsruhe Institute of Technology (KIT), da Alemanha, a Universidade de Toulouse, da França, e a Universidade do Colorado/Boulder, dos Estados Unidos.
Previsão - 2012
40% em torno da média
25% acima da média
35% abaixo da média
Acumulado: 274.9 mm (abaixo da média)
Previsão - 2013
45% da abaixo da média
35% em torno da média
20% acima da média
Acumulado: 270.6 mm (abaixo da média)
Previsão - 2014
40% abaixo da média
35% em torno da média
25% acima da média
Acumulado: 368.9 mm (abaixo da média)
Previsão - 2015
9% acima da média
27% em torno da média
64% abaixo da média
Acumulado: 378.8 mm (abaixo da média)
Previsão - 2016
10% acima da média
25% em torno da média
65% abaixo da média
Acumulado: 273.8 mm (abaixo da média)
Previsão - 2017
30% abaixo da média
40% em torno da média
30% acima da média.
Acumulado: 472.6 mm (em torno da média)
Previsão - 2018
40% acima da média
35% em torno da média
25% abaixo da média
Acumulado: 539.6 mm (em torno da média)
Previsão - 2019
30% acima da média
40% em torno da média
30% abaixo da média
Acumulado: 595.3 mm (em torno da média)
Previsão - 2020
45% acima da média
35% em torno da média
20% abaixo da média
Acumulado: 645.1 mm (acima da média)
Previsão - 2021
50% abaixo da média
40% em torno da média
10% acima da média
Acumulado: 438.1 mm (abaixo da média)