No cenário local, as empresas do ramo devem aumentar as apostas de investimentos no Estado. Luan Rocha, especialista em seguros e sócio-diretor da Master Future, empresa com 30 anos de atuação no ramo no Ceará, projeta um crescimento de até 12% no valor da arrecadação das seguradoras em atuação no Nordeste.
"O mercado está bem aquecido, ainda com uma forte influência do aumento da demanda pelo seguro de vida que tivemos na pandemia, mas isso gerou uma maior preocupação da sociedade com ações de redução de danos e tem impulsionado outros ramos de seguros", afirma o empresário.
Ele destaca que, no Estado, as tendências inovadoras de seguros para CEO de empresas, para grandes transações comerciais, ainda seguem em um ritmo lento devido à estrutura macroeconômica estadual pouco industrializada, mas vê um futuro promissor para tais segmentos na consolidação do hub de comércio exterior cearense.
Com relação ao futuro, o investimento na criação do hub de conexão, logístico e de data centers, além do seguro rural e do de responsabilidade civil, no Estado, seguros de cibersegurança, voltados para amparos diante da necessidade de adequação das empresas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) são "uma aposta muito promissora para um futuro muito próximo", conforme define Luan.
O CEO da Master Future argumenta ainda que, tradicionalmente, a contratação de seguro é vinculada ao financiamento de bens no Brasil.
"As entidades financiadoras de carro, imóveis, outros tipos de bens, em geral, no intermédio da venda, ofertam um seguro voltado para aquele produto, mas, agora, com toda essa expansão e digitalização, surgem novas oportunidades de negócios e até mais afastadas dos pontos físicos de atuação de cada empresa."
Ele destaca ainda que, nessa expansão, ocorre uma personalização das apólices oferecidas à depender da região de atuação de cada seguradora. "As empresas estão passando a analisar o perfil e a estrutura econômica de cada localidade e adequando suas estratégias de venda para produtos que façam sentido para cada realidade em específico."
Para Victor Bernardes, porta-voz da Fenaprevi, tais movimentos precisam ocorrer sem que se perca a essência do papel social de cada seguradora. Ele menciona a liberação de R$ 6 bilhões em indenizações para cerca de 160 mil famílias que perderam entes amados em decorrência da Covid-19 como um exemplo de atuação das seguradas enquanto agentes de amparo econômico e social.
"Era um evento fora das cláusulas do seguro de vida, mas as seguradoras, em sua maioria, não fugiram desse papel de apoio e de redução de danos, ainda que materiais e pequenos diante de perdas irreparáveis."