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Cresce o risco de greve dos caminhoneiros e "colapso" do transporte público
Reportagem

Cresce o risco de greve dos caminhoneiros e "colapso" do transporte público

Efeito do aumento
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A cada vez os preços de combustíveis acontece, a ameaça de greve surge (Foto: FABIO LIMA/O POVO)
Foto: FABIO LIMA/O POVO A cada vez os preços de combustíveis acontece, a ameaça de greve surge

O temor de uma nova greve dos caminhoneiros autônomos reacendeu no Brasil após o anúncio da Petrobras de aumento de 24,9% no preço do diesel. Para além dos autônomos, as empresas de transportes estão preocupadas e já informaram que irão repassar o aumento, o que deve gerar um aumento inicial da ordem de 15% no valor do frete. No transporte público, empresários temem por colapso.

Marcelo Maranhão, presidente da Câmara Setorial de Logística do Ceará (CS Logística) e diretor da Fetranslog-NE, esclarece que o custo com o diesel representa aproximadamente metade dos custos mensais. E, somando o reajuste de 24,9% ao de 4% realizado pela estatal em janeiro, os custos da operação se tornaram muito altos, inflacionando ainda toda a cadeia de insumos.

O presidente CS Logística ainda diz que o temor neste momento fica sobre a condição das transportadoras de menor porte e os autônomos. Os grandes empresários mantêm o diálogo com o Governo Federal e aguardam medidas que venham mitigar o impacto por meio de projetos legislativos. "Esses pequenos empresários são os que mais sofrem, a ANTT informou que vai realinhar o piso nacional do frete mínimo, mas há insegurança jurídica se essa tabela é constitucional ou não. Essa situação faz sofrer o pequeno empresário, que fica refém da boa vontade do embarcador em repassar esses custos e o obedecer a tabela da ANTT", destacou.

Para o transporte urbano, o impacto sobre as empresas deve ser igualmente danoso, uma vez que a sanidade dos custos operacionais depende do que é acordado anualmente nos contratos de concessão. Ao O POVO, o presidente executivo do Sindiônibus, Dimas Barreira, falou em "risco de colapso do transporte público."

Ele destaca que desde o último contrato de concessão, três empresas já deixaram de operar por falta de condições financeiras e outras duas estão em recuperação judicial. E as demais empresas "estão em situação difícil de gestão de caixa, em posição delicada com fornecedores, com compromissos a cumprir sendo postergados".

O reajuste anual para 2022 foi anunciado em janeiro e foi da ordem de 8,33%, o que põe em dúvida a capacidade das empresas de continuar no contrato nos atuais termos. Dimas esclarece que os empresários devem se reunir para buscar soluções. "Vemos com muita preocupação e é impossível absorver reajustes dessa magnitude sem ter uma previsão para isso, já que fizemos cálculos para tentar passar um ano com o reajuste proposto."

Nas ruas de Fortaleza, já há casos de postos de combustíveis que adiantaram o aumento e reajustaram os preços da bomba nessa quinta-feira, 10. A reportagem da Rádio O POVO CBN percorreu a Cidade e encontrou postos lotados comercializando o litro da gasolina a R$ 6,29. Em outra localidade já havia posto com preço do litro da gasolina custando R$ 7,45.(Samuel Pimentel/Bruna Lira, especial para O POVO)

 

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